Polo de competitividade e parcerias de inovação

2015 
A implementacao de polos de competitividade, desde 2006, faz parte de uma politica governamental para apoiar as empresas e territorios no intuito de melhor posicionar a Franca na competicao economica internacional. O objetivo e fortalecer a base industrial em algumas regioes por uma importante injecao de investimentos publicos em projetos relacionados a inovacao e a internacionalizacao das empresas. Este texto trata dos efeitos da instalacao do polo de competitividade “Arve-Industries” e, em particular, do grau de envolvimento das PME (pequenas e medias empresas)locais na abordagem coletiva para a inovacao. Do ponto de vista teorico, utilizamos, por um lado, a abordagem da economia territorial, uma vez que a nocao de territorio e parte integrante da logica dos polos de competitividade, e, por outro, adotamos os estudos relativos a dinâmica de producao e transferencia de conhecimentos nas redes territorializadas. Em ambas as abordagens, a proximidade e apresentada como um fator importante subjacente as relacoes de cooperacao entre as partes interessadas (empresas, laboratorios e universidades) no campo da tecnologia. E isso acontece porque a inovacao mobiliza os conhecimentos tacitos, pouco formalizados, cuja circulacao depende fortemente de uma componente relacional presente em um ambiente territorial. Do ponto de vista empirico, este trabalho e baseado em uma pesquisa de campo realizada por meio de entrevistas semidirigidas com 22 gestores de PME e 6 gestores de organizacoes de apoio a industria local. O principal objetivo foi o de avaliar os pontos de vista das PME sobre o funcionamento do polo e sua participacao nos projetos propostos. Observamos, assim, que o meio dos pequenos empregadores locais esta dividido. Quando perguntados sobre sua relacao com a organizacao, ha quem veja apenas beneficios em mante-la e outros que se mostram um pouco relutantes em se integrar a ela, destacando as desvantagens de darem esse passo. De modo geral, os efeitos do polo sobre a dinâmica local de parceria sao ainda bastante modestos por uma serie de razoes, entre estas, o fato de ser uma iniciativa recente cuja estrategia ainda nao esta adaptada as especificidades das PME. Deve-se considerar tambem a natureza individualista do pequeno empresario, pouco inclinado a fazer esse caminho em direcao a uma abordagem colaborativa com parceiros potenciais. Em suma, a transferencia de conhecimentos tecnicos explicitos, caracteristica importante de um ambiente inovador, nao e uma pratica generalizada nas PME pesquisadas. No entanto, o polo representa um apoio importante para sua adaptacao as novas exigencias da globalizacao, fornecendo os meios de evoluir para tecnologias futuras, o que, no caso particular do Vale do Arve, diz respeito a transicao da microusinagem para a mecatronica. Finalmente, o objetivo deste trabalho e contribuir para o acompanhamento da acao dos polos de competitividade na Franca e, especialmente, para as discussoes sobre o papel das PME nas dinâmicas locais de inovacao.
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