CONCEITOS E CONFIGURAÇÕES DE EXPATRIAÇÃO: UM ESTUDO DE CASOS MÚLTIPLOS

Conforme a organizacao se desenvolve internacionalmente, ha demanda por diferentes configuracoes de expatriados, por essa razao a literatura da area tem sinalizado diferentes conceitos e configuracoes de expatriacao. Esse estudo analisa os conceitos e configuracoes que os expatriados assumem conforme se da a internacionalizacao das empresas. Para atingir tal objetivo, foi realizado um estudo de caso qualitativo em uma multinacional brasileira e em uma portuguesa, por meio de um roteiro semiestruturado. Foram realizadas 30 entrevistas, analisadas pela tecnica de analise de conteudo, com o auxilio do software Max-Qda (2007) na organizacao das categorias de analise. As configuracoes dos empregados da empresa brasileira, no contexto internacional, foram de temporario, expatriado, repatriado e impatriado e, na empresa portuguesa, foram de temporario/equipe de apoio, expatriado e cidadao do mundo. Em ambas as empresas, a expatriacao esta atrelada ao amadurecimento internacional, mesmo que seja no inicio da internacionalizacao. A expatriacao tem carater dinâmico, inclusive pela movimentacao internacional que muda rapidamente, influenciando as empresas de maneira tao fluida que, por vezes, nem as proprias empresas percebem as proprias mudancas. A quantidade de expatriados, no conceito corrente – empregado enviado por uma empresa para viver e trabalhar em outro pais por dois ou mais anos – diminui conforme a empresa amadurece internacionalmente. A literatura existente sobre esse tema e limitada e nao contempla a dinamicidade do processo. Atualmente, aumenta o numero de pessoas que nascem em determinado pais e sao criadas e alfabetizadas em outro, configurando uma nova geracao de empregados: aqueles que ja sao formados por diversas culturas e nao pertencem a um unico pais ou a uma unica cultura; sao cidadaos do mundo, antes mesmo de entrarem nas organizacoes, cabendo, a essas empresas, repensarem a concepcao de expatriado.