Desvelando a vivência da parturição nas maternidades na percepção das usuárias

2020 
O cenario obstetrico brasileiro e caracteristicamente marcado pelo excesso de intervencoes e pelo desrespeito ao protagonismo da parturiente, violando o direito humano de um cuidado humano e seguro durante o trabalho de parto. Este estudo objetivou desvelar a vivencia da parturicao nas maternidades de Campina Grande/PB na percepcao das usuarias. Trata-se de um estudo com abordagem qualitativa desenvolvido em Unidades Basicas de Saude com uma amostra de 17 mulheres, abordadas por meio de entrevistas guiadas por um roteiro semiestruturado. Os dados foram analisados na modalidade Analise de Conteudo Tematica, ancorados no referencial teorico da literatura cientifica e nas diretrizes que conceituam e norteiam o debate sobre violencia obstetrica, emergindo duas categorias empiricas: Solidao versus exposicao durante a parturicao e As faces da violencia obstetrica. Os resultados evidenciaram que a maior parte das mulheres referiram a ausencia dos profissionais de saude durante a parturicao, e quando estes estavam presentes, promoviam maus tratos com a realizacao de tecnicas intervencionistas desnecessarias e abusos psicologicos. Ademais, as mulheres vivenciaram durante o internamento a ausencia de manejo da dor do parto e exposicao de seus corpos para fins de aprendizado ou pela falta de uma estrutura fisica adequada, resultando em uma experiencia traumatica. Todos esses achados apontam a ausencia de um cuidado digno, e para a necessidade de qualificacao profissional para uma assistencia humanizada.
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