REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA INTERNAÇÃO DOMICILIAR NATERMINALIDADE: O OLHAR DO CUIDADOR FAMILIAR

2010 
O presente estudo objetivou identificar as representacoes sociais da internacao domiciliar na terminalidade sob o olhar do cuidador familiar. Tratou-se de uma pesquisa qualitativa, sendo considerado participante da pesquisa o cuidador familiar do paciente terminal oncologico vinculado ao Servico de Internacao Domiciliar do Hospital Universitario de Santa Maria (SIDHUSM). Foi utilizado o criterio de saturacao dos dados, para delimitacao do numero de participantes, totalizando em 11 cuidadores entrevistados. A coleta de dados foi por meio de entrevista narrativa e observacao simples. A analise dos dados foi por meio da analise de conteudo, com o olhar da teoria das representacoes sociais. Os principios eticos foram respeitados, de forma a proteger todos os direitos dos participantes, com formalizacao da participacao por meio de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Dentre os resultados encontrados, percebeu-se que, no olhar do cuidador familiar, a internacao domiciliar representa acesso facil a recursos materiais e humanos, os quais sao necessarios no cuidado a ser realizado no domicilio. Essa modalidade de cuidado, representa tambem uma equipe de saude como referencia, a qual de certo modo, favorece o atendimento nas urgencias da terminalidade. Ficou bem evidente, que os cuidadores, entendem a internacao domiciliar, como benefica para o paciente, pela liberdade e autonomia nos horarios de refeicoes, higiene, sono, lazer e recebimento de visitas. Todavia, para o cuidador, o cuidado no domicilio, propicia sobrecarga, privacao, maior responsabilizacao, dentre outros sentimentos como angustias e ansiedades. O hospital, pelo contrario, representa para o paciente, um isolamento, pelos horarios de visitas restritos, e tambem pela falta de autonomia devido a rotinizacao das acoes de cuidado. Ja para o cuidador, a internacao do paciente no hospital, representa liberdade, pois este consegue manter, de certa forma suas atividades pessoais, ao mesmo tempo que se sente menos responsavel. Identificou-se tambem, a importância da enfermagem verificar a experiencia e o preparo do cuidador para assumir este papel, pois muitos se sentiram angustiados, nao somente com a informacao do diagnostico do paciente, mas tambem, pela falta de preparo para cuidar de outra pessoa. A falta de autonomia em algumas situacoes sao observadas. A ocultacao do diagnostico de terminalidade ao paciente e algo bem frequente. Enfrentar o cuidado do paciente terminal no domiciliar implica em ver a degradacao do ser humano, o que faz emergir inumeros sentimentos no cuidado familiar. Conclui-se, que, faz-se relevante para a enfermagem, e equipe de saude, entender e conhecer as representacoes sociais da internacao domiciliar, produzidas pelos cuidadores familiares, pois isso pode facilitar na abordagem e no acolhimento, a estes, que estao em certo sofrimento pelo fato de estarem recebendo o diagnostico de terminalidade do familiar doente. Ainda, pelo estudo ter demonstrado que para o cuidador familiar, a internacao domiciliar, apresenta-se com muitas limitacoes, privacoes, e desafios, pensar em como atender as demandas desse cuidador familiar torna-se urgente e emergente. Assim, a equipe, tornar-se-a uma forma de apoio social, e que, por meio da escuta, da comunicacao, pela efetivacao da autonomia do paciente e familia, sera possivel a realizacao de uma atencao mais integral.
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