Des)invisibilizando os currículos da EJA em escolas públicas de Maceió
2017
Este trabalho tem como foco de estudo os curriculos pensadospraticados (OLIVEIRA, 2003), vivenciados em duas escolas da Educacao de Jovens e Adultos, situadas em Maceio – loci desta investigacao, que pertenceram ao Observatorio Alagoano de Leitura na EJA e produziram os corpora, advindos das salas de aula. Nesta pesquisa rompemos com a ideia de explicar, o que nos fez optar pela traducao (SANTOS, 2002). O objetivo central desta tese foi compreender nos cotidianos escolares da EJA, a existencia ou nao de rupturas nos curriculos pensados-praticados, em salas de aula. Para o alcance desse objetivo, problematizamos: Em que medida as escolas da EJA de Maceio constroem curriculos ineditos/democraticos que extrapolam as propostas curriculares oficiais. Para responder a essa indagacao optamos pela abordagem do cotidiano, com base em pesquisadores como: Alves, (2001, 2002); Certeau, (1994, 1996); Ferraco (2007, 2008, 2013) e Oliveira (2003, 2012). Realizamos, tambem, dialogos com Santos (2000, 2001, 2002, 2003) focalizando as Sociologias das Ausencias e
Emergencias, e o Ainda-Nao, e com Freire (1992, 1996, 2000), desvelando os conceitos de educacao problematizadora e dialogo. Nas traducoes realizadas emergiram as posturas dialogicas das professoras que ao fazerem usos das propostas curriculares oficiais as resignificaram, e construiram curriculos ineditos/democraticos e reais. Essas novas configuracoes curriculares basearam-se no dialogo (FREIRE, 1996) em sala de aula, a partir das redes de conhecimentos dos praticantes-pensantes, suas experiencias e seus saberes-fazeres. E importante ressaltar que mesmo tendo extrapolado as propostas oficiais, os eventos nas salas de aula centraram-se no dialogo e no respeito aos saberes dos estudantes, e ha que se afirmar que as escolas da EJA pesquisadas ainda se encontram distantes do processo de emancipacao social proclamada por Santos (2002). Nesse sentido, o cotidiano escolar da EJA nos demonstrou a presenca do Ainda-Nao, que esta vinculado a Sociologia das Emergencias, substituindo o vazio da invisibilidade dos sujeitos nos curriculos, por um futuro proximo, no qual estarao presentes possibilidades plurais e concretas, que se vao construindo numa perspectiva futura.
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