O papel do educador social nas respostas sociais de intervenção socioeducativa com pessoas mais velhas.: O exemplo do lar e do centro de dia

O envelhecimento demografico e uma realidade incontornavel nas sociedades ocidentais, potenciando novos desafios para profissionais e investigadores/as de varias areas cientificas. Sendo o envelhecimento um fenomeno multidimensional, o estudo e a intervencao neste dominio implicam uma abordagem que compreenda variados fatores, que vao desde fatores mais individuais - biologicos, psicologicos e sociais -, ate as implicacoes que o aumento do envelhecimento demografico tem nas sociedades, podendo-se destacar o impacto nos sistemas de protecao social e nas politicas sociais. Por tudo isto, o aumento da populacao idosa, mais concretamente da populacao muito idosa, tem exigido que se repensem as respostas existentes para cuidar de pessoas que ficam em situacoes de maior dependencia, tanto por causa de fatores fisicos, como cognitivos e/ ou sociais. Os/ as profissionais que se dedicam de uma forma mais objetiva a trabalhar com pessoas mais velhas nestas circunstâncias sao tambem confrontados com novos desafios, com novas exigencias pessoais e profissionais para as quais precisam de encontrar respostas. Pelo seu perfil profissional, o/a educador/a social podera desempenhar um papel de destaque nesta nova abordagem ao trabalho desenvolvido com pessoas mais velhas que a atualidade exige. Neste artigo procuraremos evidenciar encontros entre o perfil do Educador Social e as exigencias que a intervencao socioeducativa em gerontologia tem subjacentes. Pretendemos destacar formas de estar e agir capazes de contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas que, numa fase mais avancada das suas vidas, sao confrontadas com situacoes de dependencia e/ou falta de autonomia. Tomaremos como exemplo duas respostas sociais que, em Portugal, sao preponderantes no que respeita ao cuidado dos idosos: o Lar e o Centro de Dia. Humanizar estas e outras respostas sociais existentes e a forma como se prestam cuidados sera a chave para uma intervencao que dignifica, de facto, a pessoa humana.