Agência e contingência no acesso à terra e reprodução social camponesa no vale do rio Mearim, estado do Maranhão

2020 
Neste artigo, examinamos as trajetorias familiares de tres liderancas rurais no vale do Mearim, que ilustram as principais formas de acesso e ocupacao da terra protagonizadas pelo campesinato maranhense nos ultimos 150 anos. A analise dessas trajetorias tomadas como alegorias permite apresentar as contingencias vividas por este campesinato que, a despeito das interacoes desfavoraveis na estrutura social e sob o aparato legal do Estado brasileiro, agencia sua reproducao social, fundada na permanencia na terra. Nos tres casos estudados, frente a essas contingencias, os processos de acao coletiva e a articulacao politica protagonizados pelos entrevistados representam descontinuidades entre geracoes, com consequencias distintas para as respectivas trajetorias familiares. Em apenas um dos casos, sao mantidos praticas e discursos que expandiram a base agraria do grupo familiar, em contraste com as aparentes estagnacao e contracao observadas nos demais casos. A analise aponta a relevância da relacao da unidade familiar com o mercado formal de terras, assim como das relacoes sociopoliticas estabelecidas para alem do parentesco, para a definicao das possibilidades do campesinato no rural contemporâneo.
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