ANÁLISE CRONOESTRATIGRÁFICA DOS CORDÕES LITORÂNEOS NA PLANÍCIE COSTEIRA DA FOZ DO RIO ITABAPOANA (ESPÍRITO SANTO, BRASIL)

2018 
O presente artigo tem foco na reconstrucao cronoestratigrafica da planicie costeira de cordoes litorâneos estabelecidos sobre o vale fluvial do Rio Itabapoana/ES. Planicies costeiras com padroes semelhantes sao encontradas ao longo de regioes com comportamento regressivo da linha de costa. Assim, o estudo objetiva correlacionar a evolucao cronoestratigrafica com outra regiao costeira regressiva na Bacia de Pelotas. Na construcao da base de dados foram integrados metodos de Sensoriamento Remoto, de Topografia, de Geofisica e de Geocronologia, analisados em um Sistema de Informacoes Geograficas (SIG). Como resultado na analise da imagem de satelite RapidEye , na composicao colorida R5-G3-B1, foram discriminados tres padroes de variacoes na cobertura vegetal em relacao ao solo exposto. Essa relacao entre a vegetacao e o solo exposto proporcionou a identificacao desses tres padroes distintos. A obtencao de dados continuos de altimetria com o apoio de um sistema global de navegacao por satelite (GNSS), concentrado no caminhamento perpendicular a linha de costa, permitiu a elaboracao de um perfil altimetrico. Foram identificadas tres principais caracteristicas: 1) nos primeiros 600 m tem-se um acrescimo na elevacao; 2) uma longa faixa “estavel”, de pouca mudanca na elevacao; 3) por fim, o decrescimo da elevacao nos ultimos 500 m. A caracterizacao da arquitetura deposicional em subsuperficie, baseada em um Radar de Penetracao no Solo (GPR), possibilitou a identificacao de dois padroes de empilhamento. Esses padroes sao apresentados em tres setores representativos, o primeiro setor e composto pelos dois padroes, onde identificam-se um padrao retrogradacional na base e um padrao progradacional no topo da secao, representando, respectivamente, a fase transgressiva do sistema costeiro, seguido pela inversao com a progradacao iniciada como uma regressao normal. O segundo setor possui um padrao de empilhamento progradacional composto por tres unidades deposicionais bem definidas: eolica, pos-praia e zona de estirâncio, e antepraia superior. O terceiro setor possui um padrao de empilhamento progradacional, devido a proximidade com o oceano, e consequente atenuacao do sinal pela salinidade, observam-se somente duas unidades deposicionais: eolica, pos-praia e zona de estirâncio. Para a relacao cronoestratigrafica, seis amostras de sedimentos da fracao arenosa do primeiro metro da deposicao eolica foram coletadas para a obtencao de idades a partir de Luminescencia Opticamente Estimulada (LOE). Os cordoes litorâneos datados apresentaram idades holocenicas. As taxas de progradacao a partir de 5.261 ± 396 A.P. apresentaram uma variacao entre 0,73 e 0,55 m/ano ate 1.940 ± 158 anos A.P. A integracao dos resultados obtidos permitiu o reconhecimento de tres padroes que levaram a interpretacao de tres fases decorrentes das variacoes do nivel relativo do mar e do aporte sedimentar na evolucao da planicie, correlacionaveis com setores regressivos na Bacia de Pelotas. Essas fases representam os periodos de transgressao, regressao normal e regressao forcada. Os dados obtidos indicam que esse setor costeiro apresenta um comportamento nao erosivo de longo periodo.
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