Influência do uso do tabaco em população com múltiplas condições crônicas

2016 
O tabagismo representa um fator de risco para o desenvolvimento de complicacoes de doencas cronicas nao transmissiveis, sendo classificado como uma delas e potencializador de outras condicoes semelhantes. Abordar tabagismo e intervencao custo-efetivo, em todos os niveis de atencao, prevenindo agravos, reduzindo tanto complicacoes quanto mortalidade cardiovascular e global. Para a populacao de alto risco cardiovascular (especialmente hipertensa, diabetica e com doenca renal cronica), com comorbidades presentes, parar de fumar pode ser a melhor intervencao a ser realizada. Em todas as intervencoes que visem ampliar o alcance da cessacao do tabaco, deve-se entender melhor o perfil dos fumantes de forma detalhada, e assim, tracar de forma efetiva, planos estrategicos para atencao individualizada e melhores resultados. Objetivos: Em usuarios com multiplas condicoes cronicas de alto e muito alto risco cardiovascular, identificar, conforme o uso do tabaco: 1. O perfil psicossocial, indicadores clinicos, metabolicos e comorbidades associadas; 2. As associacoes deste perfil de acordo com o uso do tabaco; 3. Avaliar temporalmente, num seguimento de 12 meses, indicadores clinicos (especialmente desfechos cardiovasculares e progressao da doenca renal), segundo o uso do tabaco. Metodos: Estudo transversal, realizado no Centro HIPERDIA Minas Juiz de Fora, Brasil, que administra os pacientes com alto risco cardiovascular, hipertensao arterial, diabetes mellitus e doenca renal cronica. Resultados: Dos 1558 participantes, 12% eram fumantes; 41% ex-fumantes e 47% nunca fumaram. Na analise univariada, tabagismo atual foi associado com sexo, idade, atividade fisica, consumo de alcool, sintomas depressivos, excesso de peso, e aterosclerose. Nas analises multinomiais, varias doencas cronicas foram associadas com o uso atual ou anterior do tabaco; doenca pulmonar obstrutiva conica e doenca aterosclerotica foram mais prevalentes entre os pacientes que eram fumantes. Nao houve diferencas estatisticas significativas na avaliacao longitudinal de desfechos clinicos ou velocidade da filtracao glomerular, segundo o uso do tabaco. Conclusao: O tabagismo foi tao prevalente na populacao estudada quanto na populacao geral. Fumantes apresentavam pior perfil clinico comparado aos exfumantes ou aos que nunca fumaram. O apoio a cessacao do tabagismo pode render beneficios consideraveis, aliado a reducao de custos de cuidados com a saude, especialmente, em populacao com multiplas condicoes cronicas de alto risco cardiovascular.
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