PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DOS DOADORES COM REAÇÕES ADVERSAS SISTÊMICAS À DOAÇÃO DE SANGUE

2021 
Objetivos Reacoes sistemicas a doacao de sangue sao eventos adversos que ocorrem por ativacao do sistema nervoso autonomo, estimulado por fatores fisiologicos, psicologicos ou por diminuicao da volemia. Estas reacoes podem trazer experiencias pessoais negativas, reduzindo o numero de doadores de repeticao, com consequente comprometimento dos estoques de sangue. Identificar fatores de risco para ocorrencia de reacoes adversas permite estabelecer estrategias para o cuidado especifico aos doadores de sangue. Este estudo visa determinar a prevalencia de reacoes adversas sistemicas a doacao de sangue e descrever o perfil clinico e epidemiologico destes doadores. Material e metodos Estudo retrospectivo descritivo dos casos de reacoes adversas sistemicas a doacao de sangue total notificados no Hemocentro da Santa Casa de Sao Paulo no periodo de 25 de outubro de 2018 a 31 de dezembro de 2020. Foram excluidas as doacoes de hemocomponentes por aferese. Os dados foram coletados por sistema informatizado. Foi determinado o padrao de distribuicao de variaveis como sexo, idade, tipo de reacao, numero de doacoes previas e manifestacao clinica apresentada, com seu respectivo intervalo de confianca de 95% ou p-valor  Resultados No periodo estudado houve um total de 48.890 doacoes. Destes, 615 doadores (1,26%) com idade entre 16 e 69 anos (mediana de 29 anos) desenvolveram reacoes sistemicas. Estas foram mais frequentes nos doadores do sexo feminino (66,18%, p  Discussao A prevalencia de reacoes adversas a doacao de sangue diverge na literatura. Isto pode ser devido a heterogeneidade dos criterios de notificacao e das caracteristicas dos doadores no mundo. No nosso estudo houve predominância de reacoes sistemicas a doacao de sangue em adultos jovens, doadores do sexo feminino e nos de primeira vez, dados os quais do mesmo modo sao encontrados em outros estudos na literatura. Da mesma forma, a reacao vasovagal foi a mais frequente, sendo responsavel por mais da metade das reacoes. O estudo identifica uma prevalencia de reacoes sistemicas de 1,26%, porem pode haver subnotificacao, pois limita-se as ocorrencias durante o atendimento no servico, com reacoes mais tardias nao sendo notificadas. Por ausencia de todos os dados da populacao de doadores que nao desenvolveram reacoes, nao permite definir com significância estatistica os preditores de risco para o desenvolvimento de reacoes adversas. Conclusao Este estudo conclui que reacoes sistemicas a doacao de sangue sao mais frequentes em doadores do sexo feminino e nos de primeira vez. Identifica maior frequencia em adultos jovens, da reacao vasovagal e dos sinais e sintomas apresentados, aperfeicoando o conhecimento do perfil clinico e epidemiologico dos doadores no servico em maior risco de desenvolver reacoes adversas. Dessa forma, auxilia na promocao do cuidado e aprimoramento do atendimento aos doadores de sangue.
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