Policy and resistance in the homosexual nightlife
2020
O objetivo deste estudo foi explorar, por meio de uma etnografia, a potencia politica do lazer noturno paulistano destinado aos consumidores de sexualidade e genero dissidentes. Tomou-se o cotidiano como chave analitica, ensejando dialogos oportunos entre a terapia ocupacional e ciencias sociais/humanas acerca das atividades em sua totalidade. Para tanto, buscou-se investigar os significados particulares que o termo resistencia ganha neste contexto e, em segundo momento, abordar a dimensao politico-corporal de algumas praticas de natureza afetiva-sexual no interior de algumas festas. A cena pop LGBT investigada era composta por cinco festas, tres delas na regiao da Rua Augusta e duas no bairro da Barra funda. Tais lugares eram marcadamente juvenis, frequentados por homossexuais masculinos, vinculados ao estilo pop. Foram usadas entrevistas com DJs e produtores de festas e outras pessoas “da noite”, em complemento aos dados etnograficos. A analise se deu por meio de operacoes conceituais respaldadas nos Estudos Culturais, Nancy Fraser, em Michel Foucault, Giorgio Agamben. O termo “resistencia” ganha significados contingenciais relacionados a disputa de representacoes de genero nos palcos midiaticos. A visibilidade dos corpos de sexualidade dissidente transcende o dominio simbolico da estima social e reforca a nocao de genero como fenomeno publico politico. Alem disso, praticas heterotopicas de natureza afetivo-sexual no darkroom podem revelar a potencia politica pela suspensao de dispositivos produtores de hierarquias sociossexuais.
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