Silvicultura de pau-rosa (Aniba rosaeodora Ducke): Alometria, manejo e produção de óleo essencial na Amazônia Central

2017 
O pau-rosa (Aniba rosaeodora Ducke) e uma especie arborea Amazonica ameacada de extincao cultivada comercialmente para a producao de um dos oleos vegetais mais valiosos do mundo, utilizado na industria mundial de cosmeticos e perfumaria fina. Consequentemente, existe a necessidade da utilizacao de tecnicas de manejo sustentavel dos cultivos, que que proporcionam um meio para reduzir a pressao de exploracao sobre populacoes naturais de pau- rosa, promovendo, ao mesmo tempo, desenvolvimento regional. No entanto, conhecimento tecnico e cientifico sobre seu cultivo e escasso, afetando negativamente o valor comercial do oleo essencial, gerando incertezas aos potenciais investidores do setor e representando percalcos a conservacao da especie e ao desenvolvimento da silvicultura na Amazonia. Devido o potencial de rebrota da especie, o manejo da biomassa aerea tem sido estimulado por lei desde 2006, porem, os estudos que desvendem questoes concernentes a este tipo de manejo permanecem escassos. A necessidade de desenvolver estudos que aumentem a viabilidade do manejo da especie resultou na maior amostragem de pau-rosa ja realizada em um estudo academico, com o objetivo de definir padroes de manejo da biomassa aerea que contemplem questoes, dentro da cadeia produtiva, sobre o planejamento, a pratica de manejo e a oferta do produto final. Para isto, foram amostradas 144 arvores em tres areas de plantio localizadas em duas regioes da Amazonia Central - Maues e Novo Aripuana, onde 36 arvores foram podadas na copa e 108 cortadas a 50 cm do solo. Em uma amostragem de acompanhamento foi estudado o processo de rebrota de todos os individuos, para analisar o potencial de recomposicao de biomassa de arvores submetidas a diferentes intervencoes de colheita, ao mesmo tempo em que a conducao das brotacoes, status nutricional e manutencao / variacao da qualidade de oleo essencial tambem foram analisados. Com a primeira amostragem foram desenvolvidas equacoes alometricas de volume e biomassa da arvore interia e da copa, fundamentais no planejamento do manejo e colheita de plantios comerciais. As equacoes geradas foram comparadas com uma equacao utilizada em manejo florestal para estimativa de volume e outra recomendada por lei para estimar biomassa de pau-rosa, o que constituiu o primeiro capitulo da presente Tese. O segundo capitulo apresenta a avaliacao de formas de manejo da biomassa aerea de pau-rosa, mensurando a exportacao de nutrientes resultante da colheita sequencial e validando modelos de manejo sustentaveis no uso de rebrotas atraves da descricao do desempenho das brotacoes das cepas apos a colheita e de conducoes das brotacoes, que tiveram suas variaveis alometricas quantificadas juntamente com a massa rebrotada das arvores podadas. No terceiro capitulo, avaliamos o rendimento e a composicao quimica do oleo essencial extraido a partir da biomassa aerea manejada por meio de duas amostragens dos compartimentos vegetativos das arvores: antes (referencia) e apos a colheita (rebrota), simulando as tecnicas utilizadas em plantios comerciais. Os resultados apontam que a equacao sugerida por lei para estimativa de biomassa de pau-rosa subestima os valores reais em mais de 70%, se tornando inviavel de ser utilizada em plantios comerciais. Em contraste, as equacoes geradas para a especie, independentemente da idade e da regiao de cultivo, obtiveram bom ajuste e servem como alternativa a necessidade de desenvolvimento de equacoes para cada condicao. Os atributos quimicos da rebrota de arvores manejadas diferiram dos atributos quimicos da biomassa determinados antes do manejo. A recomposicao da biomassa foi significativamente correlacionada com a concentracao de acucares soluveis nos tecidos de raiz e com o estado pre-manejo da arvore. O manejo por talhadia com a gestao precoce do numero de brotos subsequentes, resultou em incrementos significativamente maiores, podendo ser uma forma de manejo adotada em plantios de pau-rosa. O manejo sequencial da biomassa promove elevada exportacao de nutrientes, exigindo tecnicas de reposicao e as quantidades a serem repostas dependem da intensidade e frequencia das colheitas. Nessas colheitas o rendimento e a composicao quimica do OE apresentam diferencas significativas, tendo sido observada a presenca de substancias com caracteristicas importantes para a fragrância caracteristica do oleo essencial de pau-rosa Essas variacoes foram observadas entre as regioes de amostragem, compartimento vegetativo da arvore e das colheitas sequenciais (referencia ou rebrota). Embora havendo diferentes perfis quimicos de composicao dos constituintes minoritarios, o elevado teor de linalol, dentro dos percentuais requeridos pela industria, motiva perspectivas sobre a valorizacao do oleo essencial de pau- rosa obtido pelo conhecimento da diferenciacao do seu bouquet aromatico. consequentemente, os resultados dessa pesquisa indicam que e possivel obter oleo essencial de pau-rosa manejado de maneira sustentavel Os resultados deste estudo representam uma grande contribuicao no avanco dos conhecimentos cientificos que auxiliam a silvicultura economica e a conservacao da especie, bem como a formulacao de politicas publicas de normatizacao e fiscalizacao.
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