Qualidade de vida no trabalho: A realidade de profissionais em penitenciárias no estado da Paraíba

2015 
Introducao: Os graves problemas relacionados a estrutura fisica, seguranca e escassez de recursos humanos no sistema prisional, quando desarticulados, apresentam-se como entraves para a execucao dos servicos e podem comprometer a Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) dos profissionais que atuam nesses locais. Objetivo: Mensurar e verificar fatores associados a qualidade de vida no trabalho dos profissionais de saude e agentes de seguranca penitenciaria do sistema prisional do estado da Paraiba. Material e metodos: Trata-se uma pesquisa exploratoria e descritiva, com abordagem metodologica quantitativa e transversal, realizada nas penitenciarias do estado da Paraiba. Participaram do estudo 29 profissionais de saude e 162 Agentes de Seguranca Penitenciaria (ASP) distribuidos em cinco unidades prisionais. Para a coleta de dados, foi utilizado o questionario TQWL-42, formado por questoes sociodemograficas e 42 questoes subdivididas entre seis esferas para a avaliacao da QVT. Os resultados foram obtidos atraves da aplicacao da estatistica descritiva (medias e escores entre 0 e 100), regressoes lineares multiplas e teste do qui-quadrado. O protocolo de pesquisa foi aprovado pelo Comite de Etica em Pesquisa da UEPB tendo como CAAE 31749014.3.0000.5187. Resultado: Entre os profissionais da saude do Sistema Penitenciario, a maioria e do sexo feminino (69%), apresenta-se na faixa etaria entre 35 a 54 anos (48,3%); afirma estar casada ou mantendo uniao estavel (58,6), possui escolaridade em nivel de pos-graduacao completa (41,4) e desempenha suas funcoes no sistema penitenciario ha mais de 6 anos (31,0%). A avaliacao global da QVT foi de 69,55 pontos. Observou-se que as variaveis sexo e escolaridade mostraram-se estatisticamente significantes em relacao a avaliacao global da QVT. As esferas biologica/fisiologica e ambiental/organizacional mostraram-se estatisticamente significativas em relacao a auto-avaliacao da QVT. Entre os agentes penitenciarios, todos sao do sexo masculino. 55,6% encontram-se entre 30 a 39 anos, 68,9% declaram estar casados ou mantendo uniao estavel, 34% possuem ensino superior completo e 46,3% trabalham no sistema penitenciario entre 2 a 4 anos. A avaliacao global da QVT foi de 56,22. As variaveis idade e tempo de servico mostraram-se estatisticamente significativas em relacao a avaliacao global da QVT. As esferas sociologica/relacional,economica/politica e ambiental/organizacional mostraram-se estatisticamente significativas em relacao a auto-avaliacao da QVT. Entre esse grupo, o teste de qui-quadrado revelou associacao significativa entre o tempo de servico e a QVT dos ASP. Conclusoes: Percebe-se que, entre os profissionais de saude, a avaliacao da QVT esteve no nivel satisfatorio. O sexo e a escolaridade apresentaram-se como fatores associados a QVT, bem como as esferas biologica/fisiologica e ambiental/organizacional. Em contrapartida, a avaliacao da QVT dos ASP foi satisfatoria com tendencia a insatisfatoria. Entre esses profissionais,a idade e o tempo de servico se mostraram aspectos associados a QVT, como tambem as esferas economica/politica e ambiental/organizacional. A realizacao de uma ampla reforma no sistema penitenciario brasileiro e premente, e deve estar fundamentada na realizacao de investimentos no poder judiciario, para estrutura fisica e equipamentos, alem de investir em capacitacoes especificas para esses trabalhadores, tendo em vista, as especificidades do local.
    • Correction
    • Source
    • Cite
    • Save
    • Machine Reading By IdeaReader
    0
    References
    0
    Citations
    NaN
    KQI
    []