LEVANTAMENTO DE CASOS REGISTRADOS DE LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA (LVC) EM 2017 NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

2018 
A leishmaniose visceral (LV) e uma antropozoonose grave de transmissao vetorial de grande importância em saude publica, considerada uma doenca negligenciada. Na America Latina, a doenca ja foi descrita em pelo menos 12 paises, sendo destes, 90% dos casos foram registrados para o Brasil, especialmente, na Regiao Nordeste. Esta doenca e causada por protistas do genero Leishmania , a transmissao ocorre por meio da picada das femeas de insetos flebotomineos infectados, sendo o principal vetor, a especie Lutzomyia longipalpis . Existe evidencia do processo de urbanizacao da doenca, determinada por uma serie de fatores ambientais e socio economicos, como por exemplo, a falta de condicoes sanitarias e a ocupacao desordenada por grandes contingentes populacionais em periferias das cidades em areas desmatadas, como consequencia, ocorreu uma expansao das areas de transmissao. Um importante elo de transmissao e o cao domestico ( Canis familiaris ), considerado como um dos reservatorios, o vetor se contamina com o protista ao se alimentar do sangue do cao, e depois ao picar uma pessoa ou outro cao, transmite o parasito. No Brasil, o registro das areas de transmissao de LV, ate o presente momento, ocorreu em outras unidades federadas, portanto sem ocorrencia na regiao sul. Este estudo teve como escopo analisar o levantamento de casos registrados de leishmaniose visceral canina (LVC), em 2017, no Estado do Rio Grande do Sul. Os dados foram obtidos do laboratorio de parasitologia do LACEN/RS. Conforme NOTA TECNICA No 11/20161 por ser uma doenca de notificacao compulsoria, as amostras sorologicas dos caes que apresentarem suspeita da doenca, sao encaminhadas para o laboratorio para analise, seguindo a recomendacao do Ministerio da Saude (MS), e realizado a triagem pelo teste rapido (DPP). O Estado do Rio Grande do Sul, ate o ano de 2008 era isento desde agravo, mas atualmente, atraves dos registros, observa-se a expansao desta doenca em diversas cidades gauchas. A partir de 2008, ocorreram os primeiros casos autoctones da doenca em caes, e o primeiro registro do vetor no Estado, passando o Rio Grande do Sul a fazer parte da area de transmissao. No ano de 2017 foi observado um total de 477 casos de canideos soropositivos, com distribuicao em 21 cidades, dentre estas, as localidades mais prevalentes foram: Porto Alegre (27,9%), Uruguaiana (20,8) e Sao Borja (17,6%). A partir da analise do levantamento dos casos de LVC notificados no Rio Grande do Sul, observa-se que apos o aparecimento do primeiro caso em 2008 na cidade de Sao Borja, novos casos de caes soropositivos continuam surgindo em regioes proximas a area de risco, entretanto, existe registro em regioes mais afastadas como, por exemplo, Porto Alegre e, consequentemente, ampliando a distribuicao da doenca no territorio. Considerando que as dificuldades de controle da doenca sao notorias, a metodologia para a vigilância e adocao de medidas, baseia-se principalmente na definicao das areas de transmissao ou de risco.
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