O setor público não-estatal: reconfiguração entre o Estado e a sociedade civil
2010
O presente estudo trata da analise da relacao entre o Estado e a Sociedade Civil
apos a insercao do publico nao-estatal anunciado no Plano Diretor da Reforma do
Aparelho do Estado, em 1995. Com o intuito de vislumbrar nosso objeto, o setor
publico nao-estatal, discutimos a reforma administrativa do Estado brasileiro no que
concerne a transferencia para o setor privado das funcoes antes exclusivas do
Estado. Buscamos compreender os argumentos que fundamentam o publico naoestatal,
sobretudo, os defendidos por Bresser Pereira e Anthony Giddens; e
procuramos identificar a difusao de uma nova relacao entre o Estado e a Sociedade
Civil. Nosso pressuposto consiste em demonstrar que o setor publico nao-estatal
reside numa tentativa de sustentar um projeto societal que visa manter o processo
de desenvolvimento capitalista, a partir de um novo conceito de Sociedade Civil e,
portanto, a partir de outras formas de intervencao na area social. Temos evidenciado
que para os defensores do setor publico nao-estatal e de fundamental importância
que a sociedade civil nao apenas deixe para tras a luta por seus direitos
conquistados por meio dos movimentos sociais, mas que a mesma tambem possa
colaborar na insercao desse projeto societal pelo envolvimento ativo de pessoas que
de uma maneira ou de outra possam apostar no potencial democratizante das
diversas fundacoes sociais e Organizacoes Nao Governamentais (ONGs). O estudo
pretende chamar a atencao para o papel do setor publico nao-estatal, que partindo
de uma representacao de bem comum, procura transformar a sociedade cindida em
classes em um todo harmonico e integrado em prol de objetivos comuns. Buscamos
apresentar tambem que os objetivos do Plano Diretor de Reforma do Aparelho do
Estado, no que concerne ao setor publico nao-estatal, estao relacionados com os
pressupostos da terceira via, pois ambos procuram difundir uma nova relacao entre
Estado e Sociedade Civil, por meio da qual, a Sociedade Civil deixa de lutar por
beneficios e por direitos, e passa a atuar em regime de cooperacao com o Estado,
colaborando e assegurando a dominacao e a exploracao de classe.
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