Introdução de clipe metálico cirúrgico para lesões mamárias através de agulha de core biopsy – modelo alternativo
2012
INTRODUCAO: Cada vez e mais frequente a utilizacao de quimioterapia neoadjuvante (QTN) para cancer de mama. Com advento de novas drogas a taxa de resposta clinica e patologica completa esta cada vez maior. Este aumento e devido ao advento de novas drogas o que pode gerar um potencial problema para o cirurgiao, pois resposta clinica/imaginologica completa sem a marcacao do leito tumoral poderia dificultar a adequada excisao cirurgica porque e dificil verificar a localizacao precisa do leito tumoral previo. Alguns trabalhos na literatura ja demostram que a colocacao de clipe em leito tumoral proporciona resseccao cirurgica com maior seguranca oncologica (menor taxa de recidiva) e maior taxa de cirurgia conservadora. Para a marcacao do leito destas lesoes existem no mercado dois mecanismos, um que consiste na colocacao de clipe por meio de agulha grossa (core biopsy) e o outro por mamotomia com precos muito elevados nao sendo coberto pela maioria dos planos de saude nem pelo Sistema Unico de Saude (SUS). Com o intuito de proporcionar a marcacao do leito da biopsia de forma eficaz e mais barata desenvolvemos metodologia para que o mesmo clipe metalico que ja utilizamos na cirurgia aberta possa ser introduzido atraves de agulha grossa
METODOS: Estudo prospectivo, nao randomizado, com pacientes atendidas no ambulatorio de mastologia do Hospital A. C. Camargo com cancer de mama localmente avancado (≥ T3 e/ou ≥ N2) ou lesoes T2 com relacao mama/tumor desfavoravel na qual a cirurgia de principio seria mastectomia e que farao quimioterapia neoadjuvante com a intencao de preservacao da mama e avaliacao de resposta in-vivo a QTN. Para a marcacao do leito tumoral utilizamos o clipe cirurgico LT 200 (Ethicon Endo-Surgery) que e o mesmo que utilizamos na cirurgia mamaria para orientar a radioterapia adjuvante. Antes do inicio da QTN era realizada a biopsia para diagnostico (que foi conduzida como de maneira habitual) com agulha grossa de 14 G e ao final da mesma era retirado o mandril de dentro da agulha, a agulha era reposicionada no centro do tumor com auxilio do ultrassom e em tempo real e dentro da agulha, obedecendo aos rigores de assepsia, era colocado o clipe metalico (LT 200) com o auxilio de uma pinca e com o auxilio de um introdutor metalico (fio de kirschner). O clipe era carreado ate o fim da agulha se alojando no local da biopsia/interior do tumor. Ao final do procedimento era realizada uma mamografia para certificar do posicionamento do clipe. Todo o material utilizado e esterilizado e controlado pela Central de Esterilizacao de Materiais.
RESULTADOS: Ate o momento ja temos realizados 20 procedimentos executado como acima mencionado para pacientes em protocolo de quimioterapia neoadjuvante. Nenhum tipo complicacao grave (sangramento ou infeccao) foi observado. O leito tumoral foi adequadamente marcado em todos os pacientes o que auxiliou em muito a resseccao da area tumoral previa para aqueles que obtiveram resposta clinica/imaginologica completa.
CONCLUSOES: Este procedimento apresenta baixo custo, facil execucao e alta reprodutibilidade podendo ser utilizado com seguranca e eficacia para pacientes em regime de quimioterapia neoadjuvante para demarcacao do leito tumoral. Poderia ainda ser utilizado para pacientes com lesoes nao palpaveis o que poderia evitar algumas cirurgias e internacoes e propiciar o retorno imediato das pacientes ao trabalho. Nas duas circunstancias certamente proporcionaria reducao de custos ao SUS e as operadoras de saude.
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