AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE OSTEOPOROSE DE ADULTOS E IDOSOS

2016 
Introducao: O envelhecimento populacional e hoje uma das principais conquistas da humanidade, mas um grande desafio para os governos e para a sociedade (VIEGAS, 2009). Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE, 2015) estimam que a esperanca de vida ao nascer da populacao da regiao centro-oeste em 2015 e de 75,7 anos e estima-se que em menos de quatro decadas, os idosos representarao 29,8% da populacao brasileira. Devido ao envelhecimento populacional, a osteoporose representa a “Epidemia Silenciosa do Seculo”, segundo a Organizacao Mundial da Saude (OMS), sendo considerada como um problema de saude publica que atinge pessoas no mundo inteiro. E uma doenca de grande impacto tanto pela sua elevada prevalencia, quanto pela morbimortalidade que ocasiona (BRASIL, 2006). A osteoporose e caracterizada pela diminuicao da massa ossea e deterioracao da microarquitetura do tecido osseo, levando a fragilidade mecânica e, consequentemente, a predisposicao as fraturas com trauma minimo (KANIS et al., 1994; SHILLS, 2003). Constitui-se na doenca osteometabolica mais frequente no idoso, atingindo ambos os sexos, porem manifesta-se mais comumente entre as mulheres, principalmente no climaterio (KENNY; PRESTWOOD, 2000). Por ser uma doenca silenciosa e preciso estar atento para identificar os fatores de risco para o desenvolvimento da osteoporose, tais como: historia familiar de fratura por osteoporose, raca branca, baixa estatura e peso, sexo feminino, menarca tardia, menopausa precoce, nuliparidade, baixa ingestao de calcio, alta ingestao de sodio, alta ingestao de proteina animal, sedentarismo, tabagismo, alcoolismo cronico, uso de medicamentos (corticoides, heparina, methotrexate, fenobarbital, fenitoina, ciclosporina, agonistas de hormonio liberador de gonadotrofina). O pico de massa ossea depende predominantemente dos fatores geneticos; entretanto, 20% referem-se aos fatores ambientais, destacando-se a atividade fisica e a qualidade nutricional (SILVA; MURA, 2007), bem como os niveis sericos inadequados de vitamina D (<30ng/dl) e a exposicao ao sol diminuida (YAZBEK; NETO, 2008). Assim, a historia clinica e o exame fisico sao importantes na identificacao de fatores de risco para essa patologia (PAULA, 2007). Deve-se considerar, entretanto, que as doencas cronicas, como a osteoporose, bem como suas incapacidades, sao consequencias evitaveis do envelhecimento e que, as acoes de prevencao sao efetivas, em qualquer nivel, mesmo nas fases mais tardias da vida. Portanto, a enfase na prevencao e a chave para mudar o quadro atual de epidemia da doenca (VERAS, 2009). Mesmo que a compreensao sobre a doenca possa nao ser suficiente para promover mudancas nos habitos relacionados a saude, considera-se que o conhecimento seja um pre-requisito para a adesao e o sucesso das medidas preventivas. As praticas de educacao em saude devem considerar o nivel de conhecimento do paciente e serem direcionadas as principais deficiencias ou falhas no tratamento (GOMES, 2010). Objetivo: Avaliar o conhecimento de adultos e idosos nao institucionalizados e cadastrados nas Estrategias Saude da Familia (ESF), pertencentes a regiao do Nucleo de Apoio a Saude da Familia (NASF) Norte do municipio de Dourados/MS, quanto a osteoporose e seus fatores de risco. Metodologia: Estudo descritivo, de natureza quantitativa que retrata os resultados parciais da dissertacao de Mestrado Profissional em Ensino em Saude intitulada “Praticas educativas em saude na prevencao da osteoporose”.  Os criterios de inclusao foram: individuos com idade superior a 50 anos, de ambos os sexos, residentes em Dourados, MS, cadastrados nas ESF, que pertencessem a area de abrangencia do NASF da regiao Norte e que tivessem apresentado pelo menos um fator de risco para a osteoporose. Considerou-se como fatores de risco para a osteoporose: fratura em qualquer fase da vida, uso cronico de corticosteroides, tabagismo, alcoolismo, baixa exposicao solar, historico materno de osteoporose, menopausa precoce, risco de desnutricao ou desnutricao, osteopenia ou osteoporose, deficiencia ou insuficiencia de 25-hidroxivitamina D e inatividade fisica. Todos esses dados foram obtidos por meio do Questionario estruturado, a Mini Avaliacao Nutricional (MAN) e os resultados dos exames de calcio, 25-hidroxivitamina D e a Densitometria mineral ossea. O convite para a pratica educativa foi realizado pessoalmente pela pesquisadora, cerca de cinco dias antecedentes ao evento, totalizando 22 pessoas convidadas. No entanto, compareceram apenas cinco pessoas na data agendada. A avaliacao do conhecimento sobre osteoporose e seus fatores de risco foi feita por meio de um questionario, elaborado pela pesquisadora, contendo sete questoes fechadas, sendo que cada pergunta possuia cinco alternativas, contendo respostas diferentes para cada questao. As questoes estavam dispostas num painel e foram respondidas individualmente. Conforme sua resposta, cada individuo afixava uma etiqueta colorida referente a respectiva questao. Os materiais utilizados foram: papel manilha, canetoes coloridos, recortes de revistas, lapis de cor, etiquetas coloridas, fita adesiva, tesoura e cola. Resultados e Discussao: Dos cinco entrevistados, 4 (80%) eram do sexo feminino e 1 (20%) do sexo masculino, com idade media de 67,6 anos, dos quais 2 (40%) analfabetos, 2 (40%) apresentavam nivel fundamental incompleto e 1 (20%) tinha ensino medio incompleto. As perguntas realizadas foram: 1) Qual destes minerais e importante para prevenir a osteoporose? 2) Qual dos alimentos abaixo e uma excelente fonte de calcio? 3) O sol e importante para sintetizar qual vitamina? 4) A osteoporose e mais comum entre quais pessoas? 5) Qual liquido, quando ingerido junto a alimentacao diminui a absorcao do calcio? 6) Quantos minutos sao necessarios de exposicao solar para a sintese de vitamina D? 7) Quais alimentos sao fontes alimentares de outra vitamina importante para a sintese de colageno (osso)? Obtiveram-se os seguintes resultados: na pergunta 1, 4 (80%) acertaram a resposta (alternativa C=calcio) e apenas 1 (20%) errou (alternativa A=ferro); na pergunta 2, 4 (80%) acertaram a resposta (alternativa B=leite) e apenas 1 (20%) errou (alternativa E=cenoura); na pergunta 3, 3 (60%) erraram (alternativa B e C), 1 (20%) respondeu nao sei e 1 (20%) acertou (alternativa A= vitamina D); na pergunta 4, 4 (80%) responderam nao sei e apenas 1 (20%) acertou (alternativa C= nunca fazem exercicios); na pergunta 5, 4 (80%) acertaram (alternativa B = cafe) e 1 (20%) errou (alternativa C= vinho); na pergunta 6, 4 (80%) acertaram (alternativa A= 15 minutos) e apenas 1 (20%) respondeu nao sei e  na pergunta 7, 5 (100%) acertaram (alternativa B = frutas citricas). Infere-se que apenas a pergunta numero 7, referente as fontes alimentares da vitamina C, importante para a sintese de colageno, apresentou 100% de acertos. A questao que apresentou maior percentual de erros foi a numero 3, relativa ao sol como fonte de vitamina D. E a questao em que houve maior duvida entre os participantes, ou maior percentual de resposta nao sei, foi a numero 4, referente a inatividade fisica como fator de risco para a osteoporose. Consideracoes finais: Conclui-se que os individuos avaliados apresentam bom conhecimento sobre a osteoporose e seus fatores de risco, embora tenham manifestado menor conhecimento e duvidas quanto ao sol como precursor da vitamina D e o risco de desenvolvimento da doenca entre os individuos inativos fisicamente. Nota-se a necessidade de maior abordagem quanto aos fatores de risco para a doenca, enfatizando os temas que mais apresentaram deficiencias e que medidas simples sao capazes de prevenir a doenca e suas consequencias, melhorando sua qualidade de vida.
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