Avaliação dos efeitos toxicológicos in vitro e neuroprotetores in vivo do extrato hidroalcoólico das folhas e raízes do Yacon (Smallanthus sonchifolius)

2019 
O yacon (Smallanthus sonchifolius) e uma raiz tuberosa originaria dos Andes, que vem despertando interesse devido suas propriedades medicinais. Popularmente a raiz e consumida in natura e as folhas na forma de cha para o tratamento do diabetes e disturbio do colesterol. No entanto, pouco se sabe sobre outras propriedades dessa planta. Sendo assim o objetivo deste estudo foi avaliar a toxicidade in vitro dos extratos hidroalcoolicos das folhas e raizes do yacon, e tambem o efeito in vivo desses extratos sobre a neurotoxicidade induzida pela proteina β-amiloide (Aβ). Foi determinado o perfil fitoquimico da folha e raiz por cromatografia liquida de alto desempenho e para os testes in vitro foi realizado teste de viabilidade celular, atividade genotoxica e mutagenica em cultura de leucocitos nas concentracoes de 1 μg/mL, 10 μg/mL, 50 μg/mL e 100 μg/mL; citotoxicidade e morte celular por apoptose na linhagem celular 3T3 (1 μg/mL, 10 μg/mL, 50 μg/mL, 100 μg/mL e 500 μg/mL). Investigamos tambem os efeitos da suplementacao da folha e raiz do yacon na memoria, no estado oxidativo do hipocampo e perfil bioquimico em um modelo de doenca de Alzheimer (DA). Os animais dos grupos suplementados receberam o extrato por gavagem durante 14 dias consecutivos, no 15o dia os animais foram submetidos a cirurgia estereotaxica para injecao intrahipocampal de β-amiloide (Aβ). A suplementacao foi mantida por mais 10 dias, ate iniciarem os testes comportamentais. Foi realizado o teste de memoria de reconhecimento de objetos (RO) e testes comportamentais. Parâmetros de estresse oxidativo foram avaliados no hipocampo atraves de metodologias classicas. Os parâmetros bioquimicos foram analisados no soro por equipamento automatizado. Os principais compostos encontrados nas raizes e nas folhas foram os flavonoides quercetina e apigenina, respectivamente. Nao foi observada atividade mutagenica nem citotoxica na cultura de leucocitos, ja o potencial genotoxico foi observado nas doses mais elevadas de extrato de folhas (50 e 100 μg/mL) e raizes (100 μg/mL). As maiores concentracoes do extrato da folha do yacon (50, 100 e 500 μg/mL) apresentaram atividade citotoxica e todas as concentracoes induziram a apoptose nas celulas 3T3. Marcadores bioquimicos nao mostraram diferenca entre os grupos, com excecao dos niveis de glicose que estavam significativamente menores nos animais nao-suplementados e submetidos a injecao intrahipocampal de Aβ. A folha e a raiz reduziram o estresse oxidativo no hipocampo, mas somente a suplementacao com o extrato da folha do yacon evitou o deficit de memoria induzido pela Aβ, no teste de memoria de curta e longa duracao. Estes resultados sugerem que o yacon e rico em compostos fenolicos e, em altas doses, pode apresentar um potencial toxico. Hipotetizamos que os efeitos in vivo se devem pela maior concentracao do composto fitoquimico apigenina nas folhas do yacon, ja que estudos recentes indicam que esse composto possui um importante efeito neuroprotetor. Portanto, esse estudo demonstra as folhas do yacon como um candidato para futuro uso na prevencao e/ou tratamento da DA.
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