Desenvolvimento vacinal para prevenção e controle da brucelose

2018 
Brucelose e uma das principais doencas infecciosas de carater zoonotico que resulta em significativas perdas economicas para animais de producao. O controle e a prevencao da brucelose animal sao em grande parte baseados na vacinacao com cepas vivas atenuadas. Inicialmente, foram realizados estudos de meta-analise do campo de vacinologia de Brucella no camundongo e hospedeiros naturais preferenciais, com objetivo de avaliar de forma temporal o indice de protecao de diferentes categorias vacinais e a influencia de diversas variaveis na protecao vacinal. A meta-analise no modelo murino estudou 117 publicacoes de vacinas experimentais indexadas no PubMed, totalizando 782 experimentos analisados, que demonstraram na analise temporal que nao houve melhoria dos indices de protecao ao longo das ultimas tres decadas. O modelo de meta-regressao desenvolvido, incluiu as categorias de vacinas (atenuada, DNA, inativada, mutante, subunidade e vetorizada) considerando o indice de protecao como a variavel dependente e os outros parâmetros (linhagem de camundongo, via de vacinacao, numero de vacinacoes, uso de adjuvante, desafio com especies de Brucella) como variaveis independentes. As vacinas de subunidades e vetorizadas proporcionaram indices de protecao significativamente menores quando comparados com vacinas atenuadas. Outras variaveis influenciaram positivamente o indice de protecao, tais como duas imunizacoes e desafio com B. melitensis, B. ovis e B. suis, por outro lado, o uso de adjuvante nao teve efeito significativo no indice de protecao. O estudo de meta-analise em hospedeiros naturais, avaliou 45 publicacoes indexadas no PubMed e Scopus, representando 116 experimentos individuais. Adotou-se como medida de protecao, o valor de diferenca de risco, calculado baseado na prevencao de abortos e infeccao em orgaos de animais imunizados e nao imunizados. A analise temporal neste estudo demonstrou que nao houve melhorias na protecao vacinal nas ultimas decadas. O modelo de meta-regressao desenvolvido para os hospedeiros naturais, incluiu as categorias de vacinas (atenuada, inativada, mutante, subunidade e vetorizadas), considerando o valor de diferenca de risco como a variavel dependente. Algumas variaveis demonstraram influenciar a protecao vacinal, sendo a via de vacinacao subcutânea significativamente mais protetiva do que a via intramuscular e oral, alem da via subcutânea ter proporcionado maior valor de diferenca de risco que a via conjuntival, quando utilizada no desafio. As vacinas de subunidades proporcionaram significativamente menor protecao, enquanto que as vacinas inativadas foram mais protetivas que as vacinas atenuadas. Foi desenvolvido um estudo avaliando a cepa mutante B. ovis abcBA como potencial vetor de multiplos epitopos de Brucella preditos de celulas T. Este estudo avaliou a expressao in vitro da expressao de uma proteina quimerica recombinante na cepa vetorial, analisando o perfil de atenuacao em macrofagos e camundongos, e sua eficacia protetiva contra diferentes especies virulentas de Brucella. A cepa B. ovis abcBA demonstrou ser um promissor vetor vacinal, sendo capaz de expressar a proteina quimerica recombinante PRB14 e manter o perfil de atenuacao. Sendo assim, a cepa B. ovis abcBA PRB14 induziu protecao contra o desafio com patogeno B. ovis, entretanto, nao demonstrou protecao contra desafio experimental com B. abortus e B. suis. Com o objetivo de avaliar o papel isolado da PRB14 de induzir resposta imune protetiva contra a infeccao por Brucella em camundongos BALB/c, finalmente produzimos essa proteina quimerica em E. coli e a utilizamos como antigeno vacinal associado a adjuvante de Freud. No entanto, esta proteina nao se mostrou protetiva contra a infeccao por B. abortus, B. ovis e B. suis em camundongos.
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