Diversão, perversão ou contemplação? Considerações sobre a música, seus intérpretes e as festividades na Idade Média

2010 
As imagens que temos a respeito da Idade Media sao geralmente marcadas pela polarizacao entre dois estereotipos: de um lado a idade das trevas, com seus medos, pestes, fomes endemicas, guerras endemicas, catastrofes de todo tipo. De outro lado uma epoca festiva, com suas representacoes teatrais e musicais, vitrais e roupas em tons alegres, torneios, amor cortes. Mas este foi, na realidade, um periodo caracterizado pelos dois extremos, e a consciencia da fragilidade da vida – especialmente apos a peste negra – levava a uma busca nao apenas de contemplacao e consolo espiritual, mas tambem dos prazeres e compensacoes terrenas. Entre esses extremos podemos identificar uma serie de gradacoes e contradicoes, por exemplo, no que diz respeito ao modo como eram encaradas e praticadas a musica e as festividades. Era visivel a polarizacao entre os saberes praticos e teoricos em diversos campos, na musica e na medicina, por exemplo. Dependendo dos fins e de que grupos sociais exerciam essas atividades, sua valorizacao – ou depreciacao – sofria variacoes consideraveis. Este texto visa a problematizar o modo como eram teorizados e praticados respectivamente a musica e os seus interpretes e alguns dos seus empregos no contexto urbano, como as festas, elementos que sao uma boa sintese desses aspectos contraditorios e complementares.
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