ESTADO CIVIL E GESTAÇÃO PRÉVIA: CARACTERIZAÇÃO DE MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA SEXUAL ADMITIDAS EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA NO ESTADO DE ALAGOAS ENTRE 2016 E 2018

2020 
INTRODUCAO: A violencia sexual se constitui como um problema de dificil apreensao, pois, como regularidade, a vitima nao denuncia a agressao por vergonha, culpabilizacao e/ou o receio da repercussao social, o que impacta negativamente no desenvolvimento de medidas preventivas e punitivas por parte das autoridades. (FIGUEIREDO et al., 2011). A violencia sexual perpetrada pelo parceiro e ainda mais invisivel a sociedade, todavia, estima-se que pode representar ate 1/3 de todas as violencias domesticas registradas no pais, caracterizando-se por situacoes, como: estupro, assedio sexual, sexo forcado no casamento, negacao por parte do parceiro em utilizar preservativo ou impedimento ao uso de metodo contraceptivo.(NUNES; LIMA; MORAIS, 2017). Verifica-se que a mulher vitima de violencia sexual domestica nem sempre denuncia o parceiro como seu agressor sexual, o que pode ocasionar um panorama distorcido. OBJETIVO: Este estudo tem como objetivo caracterizar o estado civil das mulheres vitimas de violencia sexual admitidas em um hospital de referencia do Estado de Alagoas, assim como a existencia de gestacao previa. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa descritiva, retrospectiva, de carater epidemiologico e abordagem quantitativa, em que foram coligidos dados de mulheres vitimas de violencia sexual atraves da analise de prontuarios. Foram incluidos registros de admissoes realizadas entre os anos de 2016 e 2018, em razao de violencia sexual e excluidos os registros que nao foram disponibilizados pelo servico de arquivamento medico do hospital no periodo destinado a coleta de dados para a pesquisa, totalizando 384 prontuarios. Os dados coletados dos prontuarios foram digitados e processados, utilizando-se o software Microsoft® Excel, possibilitando a analise estatistica descritiva basica. Esta pesquisa seguiu as diretrizes estabelecidas pela Resolucao 466/12 do CNE, 1 tendo sido aprovada pelo Comite de Etica em Pesquisa. RESULTADOS: No que concerne o estado civil das vitimas de violencia sexual, observa-se que, em todos os anos analisados, houve maior ocorrencia entre as mulheres solteiras, com 72,55% dos casos registrados em 2016, 80,92% em 2017 e 72,93% em 2018. Entre as mulheres casadas e em uniao estavel, o percentual foi de 25,49% em 2016, 11,84% em 2017 e 11,05% em 2018, superando o numero de casos entre as viuvas e separadas: com 1,96% dos casos registrados em 2016, 2,63% em 2017 e 9,39% em 2018. Os resultados nao demonstram, necessariamente, que exista maior ocorrencia de violencia sexual entre mulheres solteiras, mas que a procura pela assistencia e maior por parte delas. No que se refere a existencia de gestacao previa, observa-se que em 5,72% dos casos ocorridos no periodo estudado, a vitima se encontrava gestante no momento da admissao no hospital. Destaca-se o numero de prontuarios nos quais a informacao nao foi registrada: 5,88% dos casos registrados em 2016; 6,58% em 2017; e 19,34% em 2018. CONCLUSAO: A caracterizacao do perfil das mulheres admitidas em um hospital de referencia no estado de Alagoas permite constatar que a maior procura pela assistencia ocorre por parte das solteiras. Este movimento sinaliza uma necessidade premente: expor os (des)arranjos da violencia sexual perpetrada por parceiros na relacao conjugal, de modo a permitir maior acesso das mulheres casadas e em relacao estavel aos orgaos de enfrentamento da violencia contra a mulher.
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