PODE A SUBALTERNA FALAR? BREVE CRÍTICA À CIÊNCIA ‘’SEM CORPO’’ E A DEFESA DE OUTRAS EPISTEMOLOGIAS PARA ENTENDERMOS O MUNDO

2019 
Escolhi iniciar a primeira pagina deste trabalho com a citacao do artigo de Bell Hooks, ‘’Intelectuais Negras’’, porque o trecho expressa exatamente o meu sentimento quando me defrontei com a possibilidade de escrever um ensaio como trabalho final de conclusao do meu curso de Doutorado. No presente texto, descrevo minha caminhada ate a decisao de escrever um trabalho de tese integralmente autoral, baseado na minha experiencia como mae, mulher negra e periferica, assim como a experiencia ancestral da maternidade das mulheres-maes da minha familia.  A tentativa deste ensaio e tambem empreender a critica ao modelo de ciencia hegemonicamente instituido na academia atualmente, o que denomino de um ‘’saber sem corpo’’ ou a ciencia branca positivista. E fato que esse modelo exclui o conhecimento construido a partir da experiencia. Isso significa dizer que o modelo academico vigente invisibiliza as pessoas negras do que costumamos denominar de cânone da ciencia, pois sao estudos ancorados na experiencia do ‘’ser negro’’. A provocacao feita aqui constitui o trabalho de pensarmos outras maneiras de produzir conhecimento, diferentemente daquela que o colonizador europeu nos tem imposto desde a fundacao desse pais. Esse saber imposto tem apagado nossos saberes ancestrais e nos impedindo de contar a Historia a partir do nosso lugar no mundo. Esse lugar e o lugar do povo preto, com cosmologias e epistemologias que ha tempos o homem branco tem desqualificado, deslegitimado e ate mesmo criminalizado.
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