Distribuição de Na+ e Cl- em plantas jovens de feijão caupi expostas a estresse salino e temperatura elevada

2008 
Embora se tenha muitos estudos sobre estresse salino, pouco se conhece sobre os mecanismos individuais de sodio (Na+) e cloro (Cl-) na fisiologia de plantas expostas a salinidade. Baseado nisso, objetivou-se, atraves deste estudo, avaliar a extensao com que os ions Na+ e Cl- sao acumulados em diferentes partes jovens de feijao-caupi [Vigna unguiculata (L.) Walp.] e as suas possiveis interferencias sobre as medidas de transpiracao. Para comprovar a hipotese que os ions Na+ e Cl- apresentam modelos diferentes de distribuicao nas partes vegetativas de feijao-caupi e que esse processo nao e afetado pela temperatura, foi organizada uma sequencia metodologica envolvendo tres experimentos, onde o experimento I consistiu em avaliar a distribuicao de Na+ e Cl- em partes jovens de feijao-caupi submetido a concentracoes crescentes de NaCl (0; 25; 50; 75 e 100 mM) durante 3 dias, onde ocorreu um maior acumulo de cloreto em todas as partes estudadas com excecao do caule que teve acumulo similar de ambos os ions. Baseado nessa distribuicao, utilizou-se a concentracao de 50mM, pois essa concentracao nao superaria a capacidade de armazenamento e, assim, seria possivel, nesse nivel, uma recuperacao (foi mantida durante 6 dias em NaCl e, a partir do 4o dia, as amostras foram divididas em dois lotes). Um lote permanecia com NaCl e o outro trocava a solucao sem NaCl e assim verificar se essa estrategia a planta seria capaz de recuperase. Os resultados corroboram com os obtidos no experimento I com excecao da primeira folha trifoliolada que acumulou mais Na que Cl. A literatura relata, abundantemente, que nas epocas de verao (periodo do experimento I), principalmente no semi-arido, as plantas acumulam mais ions, onde a temperatura e uma medida de fator climatico que pode interferir na distribuicao de ions e esse efeito esta ligado a transpiracao. No experimento III, foi avaliado o efeito combinado de estresse salino e de temperaturas elevadas, com concentracoes de 0 e 100 mM de NaCl e exposicao a temperaturas de 27; 32; 37 e 42oC, separadamente, por um fotoperiodo de 12 horas. Os resultados corroboram com os obtidos, anteriormente, em que o sodio concentrou-se mais nas raizes e caules das plantas quando tratadas nas duas ultimas temperaturas. Em relacao ao ion cloreto, foi verificado um comportamento similar aos experimentos anteriores, pois este se acumulou, em maior proporcao, nas folhas sob temperaturas de 32 a 42oC. Notadamente, o acumulo de cloreto esta associado a quantidade de agua absorvida durante a aplicacao do estresse. Em relacao a transpiracao, os resultados tambem corroboram com os anteriores. Dessa forma, conclui-se que, independente da concentracao, tempo, recuperacao e temperatura, o sodio e mais concentrado na raiz e caule, enquanto o cloreto concentra-se nas folhas.
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