Refúgio e colonização do futuro: fronteiras erguidas nas palavras

2020 
Este trabalho propoe pensar a migracao forcada para a Europa sob a perspectiva de uma narrativa jornalistica ancorada em repeticoes e reiteracoes de determinadas palavras que, ao produzir sentidos, resultam em uma visao de mundo que estabelece a presenca dos migrantes e dos refugiados como razao de uma desordem ao que esta posto. Assim, buscamos entender que esse processo contribui para o que denominamos de colonizacao do futuro, a partir das ideias de Giddens (2002) e Gomes (2004). Neste processo, projeta-se uma ordem, atraves das palavras, baseada em um pensamento construido ao longo dos periodos de colonizacao europeia. Seus resquicios se acumulam e formam camadas que se desvelam nas narrativas jornalisticas e nas fronteiras. Ambas nos servem como metafora e materializacao dos conflitos e das relacoes de poder que impoe ao migrante e ao refugiado a condicao do diferente, do “outro”. Queremos propor que ha uma narrativa na/de fronteira no jornalismo que contribui para a producao de sentido no processo migratorio que enseja pensar apenas por um dos lados da fronteira. Nesse cenario fronteirico, pensa-lo sob o aspecto de uma colonizacao do futuro pelas palavras nos impoe o desafio de entender que o jornalismo tambem e construtor de um tempo inventado narrativamente. Para este trabalho, foram analisados textos do jornal brasileiro Folha de Sao Paulo publicados entre setembro e dezembro de 2015, momento em que houve um maior aprofundamento dos debates acerca do refugio na Europa. O recorte para a analise seguiu a partir das palavras refugiados, fronteiras e controle.
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