Análise das proteínas de reserva do arroz silvestre oryza glumaepatula e de linhagens interespecíficas oryza sativa x o. Glumaepatula

2010 
O objetivo desta dissertacao foi analisar quantitativa e qualitativamente proteinas de reserva totais e as fracoes albumina, globulina, prolamina e glutelina presentes no grao de 29 genotipos de arroz silvestre Oryza glumaepatula e de 70 linhagens interespecificas Retrocruzamento 2 desenvolvidas a partir do cruzamento O. sativa x O. glumaepatula. Destas linhagens, 34 (RC2F8) foram obtidas do cruzamento O. sativa BG90-2 x O. glumaepatula RS-16, e 36 (RC2F10) foram desenvolvidas a partir do cruzamento O. sativa CICA-8 x O. glumaepatula RS-16. Atraves da analise de variância para o teor de proteina total e fracoes proteicas, foram encontradas diferencas altamente significativas (P<0,01) entre os genotipos silvestres e entre as linhagens interespecificas. O teor medio de proteina total dos genotipos silvestres foi de 12,17%, enquanto as linhagens do cruzamento BG90-2 x RS-16 apresentaram media de 7,05% e as linhagens do cruzamento CICA-8 x RS-16 apresentaram media de 8,40%. O genotipo silvestre BGA14280 destacou-se por apresentar o maior teor de proteina total (14,94%). Na analise comparativa envolvendo as linhagens interespecificas e seus parentais, foram encontradas cinco linhagens com maior conteudo de proteina total (teor medio de 10,95%), sendo significativamente superiores aos parentais cultivados BG 90-2 (10,0%) e CICA-8 (9,61%). No entanto, essas linhagens apresentaram teor inferior ao parental silvestre RS-16 (14,06%). Em relacao as fracoes proteicas, 40 linhagens interespecificas apresentaram valores mais elevados em relacao aos seus parentais, exceto em uma ocasiao, onde o parental silvestre RS-16 apresentou alto teor de glutelina. Entre os 29 genotipos silvestres, foram encontrados os maiores teores de albumina, prolamina e glutelina, exceto para a fracao globulina, onde o genotipo silvestre BGA14162 nao diferiu significativamente da cultivar BRS Bonanca. A analise de SDS-PAGE da proteina total e da fracao glutelina foi encontrada um perfil diferencial de α-glutelinas entre os genotipos silvestres, com destaque para o genotipo BGA14232 que nao apresentou α-polipeptideos comuns aos demais genotipos. Entre as linhagens interespecificas e os seus parentais, foram encontrados perfis de proteina total e α-glutelinas bastante similares, havendo diferenca em relacao a α-glutelina de 40 kDa presentes apenas no parental silvestre RS-16, o que pode indicar uma constituicao proteica diferencial em O. glumaepatula, ja que a O. sativa apresentou α-glutelinas de 39 kDa. Em relacao as fracoes albumina, globulina e prolamina os genotipos silvestres apresentaram um perfil proteico diferenciado comparado as linhagens interespecificas e o arroz cultivado, e a provavel causa foram os dois cruzamentos em direcao a BG90-2 e CICA-8, que foram os parentais recorrentes durante o desenvolvimento das linhagens interespecificas. Os maiores teores de proteina encontrados para a especie O. glumaepatula, os diferentes perfis proteicos e a identificacao de linhagens interespecificas com maior conteudo proteico em relacao aos parentais cultivados, deixam claro a contribuicao favoravel desta especie para o melhoramento visando o aumento do valor nutricional do grao do arroz cultivado no Brasil.
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