A Representação Social da Violência Doméstica Contra Crianças e Adolescentes

2009 
Partindo de entrevistas semi-estruturadas, o presente trabalho pretende dar a conhecer o conteudo das representacoes sociais da violencia domestica praticada por familiares em seus adolescentes, alem de apontar a influencia dessa violencia no contexto social como decorrencia inevitavel da banalizacao do uso da droga. Dois grupos sao considerados neste estudo: o Grupo 1, constituido por 21 familiares (responsaveis e irmaos) de adolescentes matriculados em uma escola publica de Goiânia, e o Grupo 2, composto por 17 familiares cujos adolescentes recebem acompanhamento do Conselho Tutelar da regiao Norte de Goiânia. Os resultados indicam que membros do Grupo 1 - avos e irmaos veem a violencia como algo inerente ao cotidiano da sociedade atual, ligada aos problemas da convivencia familiar, enquanto os pais pertencentes a esse Grupo veem a violencia como um fenomeno da adolescencia. As mas condicoes de trabalho sao invocadas para justificar a carencia de acompanhamento familiar que se evidencia no processo educativo alem do que, percebem a escola como elemento positivo capaz de auxiliar na prevencao a violencia domestica. Alunos de frequencia esporadica sao considerados como descompromissados com a educacao, sujeitos de atos de violencia contra outros alunos, contra professores e contra funcionarios da escola. Ja no grupo 2 e reforcada a ideia do trafico de drogas, depredacoes, culminando com ameacas de morte e, as vezes, com morte. A escola, para esse grupo, e vista como invasiva. No Grupo 2, familiares do Conselho Tutelar associam a violencia ao proprio fenomeno da adolescencia e a falta de religiao que pauta a vida dos adolescentes. Nota-se que os sujeitos masculinos deste Grupo consideram a violencia como inerente ao processo educativo do adolescente, enquanto os sujeitos femininos associam a dificuldade de educar os filhos a delinquencia. Tanto o grupo 1, quanto o grupo 2, consideram os adolescentes a populacao mais passivel de violencia na sociedade, com reais probabilidades de assassinato, em razao de frequentarem locais perigosos e estarem expostos a situacoes que podem culminar em brigas entre grupos, assaltos, tiroteios, prisoes e morte, alem de habitarem locais que naturalmente, ja sao considerados areas de risco. Em ambos os grupos ha aversao a violencia apenas quando termina em morte, especialmente se a acao e cometida pelo adolescente contra o responsavel, ou responsaveis, ou se o sujeito da acao e o responsavel contra o adolescente. Os dois grupos consideram grave o abuso sexual praticado por adultos inclusive pais e padrastos de adolescentes - contra adolescentes, ou destes contra criancas. Finalmente, ambos os grupos acordam que a populacao mais sujeita a violencia domestica sao as mulheres e as criancas, seguidas pelos adolescentes e que os maiores responsaveis pelos atos de violencia sao o sujeitos do sexo masculino. Concordam, como consequencia, que a banalizacao da violencia passa pelo uso de drogas, em suas diversas manifestacoes.
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