A sustentabilidade encontra a teoria situacionista na cidade: um relato de détournement e a retomada de uma ecotopia justa e rebelde

2019 
A Cidade Situacionista nao pode ser criada. Sua concepcao e construcao exigiram a participacao de uma populacao anarquista pos-revolucionaria (SADLER, 1999). Porem, os situacionistas acreditavam que a materialidade desta cidade realmente pudesse fomentar a revolucao. Um paradoxo: a Utopia. Na trilha para um desafio a ortodoxia situacionista, o arquiteto Constant projetou a Nova Babilonia [New Babylon], uma cidade anticapitalista que prefigurava um urbanismo unitario participativo e ludico. Suspensa acima da “natureza”, no entanto, a Nova Babilonia nao era uma ecotopia: nao ofereceu nenhuma esperanca de ou na (re)integracao. No calor do desmantelamento da Internacional Situacionista e do refluxo da onda revolucionaria de 1968, um coletivo disperso de minorias ocupou uma antiga base militar: em Copenhagen, a “cidade-livre” Christiania foi fundada. Fadada a uma luta perpetua com o estado holandes, a existencia de Christiania vem sendo ameacada desde entao. A comunidade desenvolveu um anarquismo singular de base local eivado de tensoes: nao violento e “enfurecido”, quiescente e revolucionario, ecologico e desprovido de recursos.  Neste artigo, assevero que a nocao de urbanismo sustentavel foi retomada pela sociedade do espetaculo (DEBORD, 1983). Para fazer ressurgir a cidade sustentavel (WHITEHEAD, 2011), proponho uma mirada a teoria situacionista e ao detournement, concentrando-se em Christiania, especialmente, tambem, com vistas a uma alternativa. Palavras-chave: Ecotopia. Teoria situacionista. Urbanismo sustentavel. Christiania.
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