A ação da polícia e seus efeitos na construção identitária de crianças pequenas

2020 
O estudo objetiva discutir representacoes de policia vivenciadas por criancas de creche situada no Complexo do Sao Carlos (Rio de Janeiro). Considera as criancas como sujeitos de representacoes e procura mostrar que a representacao que tem da policia pode contribuir para sua construcao identitaria, da infância a vida adulta. O contexto em que vivem e frequentam a creche e tomado como fundamental, particularmente com a instalacao da Unidade de Policia Pacificadora (UPP) na comunidade em 2011, acirrando os conflitos entre policiais e traficantes. A pesquisa foi realizada com 10 criancas de tres anos. Com apoio na abordagem microgenetica, foi utilizada a filmagem de brincadeiras das criancas com uma maquete representando o local onde habitam. Houve preferencia por objetos como o “Caveirao”, helicoptero da policia e a figura do policial. Se referem a ele como “cachorro mau”, “Caveirao”, e “leao feroz”, o que permite indicios de uma representacao objetivada no “medo”. Em sua construcao identitaria, as criancas mostram afastamento do policial, representante do Estado, e proximidade do traficante, o que pode legitimar um circulo perverso que inclui a vida adulta, quando crescerem.
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