Bottlenecks in the migration routes of Amazonian manatees and the threat of hydroelectric dams

2017 
Em uma regiao particular da Amazonia ocidental, peixes-boi amazonicos (Trichechus inunguis) vivem em um ambiente que se torna inospito para eles durante a agua-baixa anual. Para fugir dele, realizam uma migracao perigosa para o refugio enquanto o nivel da agua desce rapidamente. Nosso objetivo foi compreender melhor o papel da variacao da profundidade neste processo migratorio. Analisamos os unicos dados de rastreamento de peixes-boi selvagens (n=10 machos), 30 anos de imagens Landsat, 14 anos de hidrografa e um modelo batimetrico 3-D. As rotas migratorias possuiam trechos mais rasos, denominados gargalos migratorios, que secaram no final da maioria das vazantes, bloqueando o acesso ao refugio. Os peixes-boi comecaram a migracao em tempo justo para atravessar os gargalos mais distantes, sugerindo que a sintonizaram para maximizar o periodo se alimentando sem comprometer a seguranca. Para tal, parecem ter estimado a profundidade nos gargalos. Adicionalmente, um gargalo foi criado em <15 anos, ilustrando o dinamismo do ambiente e o desafio que isto impoe aos peixes-boi. Esses resultados provavelmente valem para boa parte da area de distribuicao da especie. Argumentamos que peixes-boi possuem um mapa cognitivo atualizavel do ambiente e sao comportamentalmente plasticos. Os planos de construcao de barragens hidreletricas, se concretizados, criariam mais gargalos e regimes de inundacao menos previsiveis, dificultando a migracao e consequentemente aumentando a mortalidade de peixes-boi. Tambem particionariam a especie em populacoes pequenas, vulneraveis a extincao no curto-prazo. O desfecho seria o segundo colapso da especie. O crescimento economico nao deve vir as custas da extincao do iconico peixe-boi.
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