CALIFORNIA MASTITIS TEST E SEU USO COMO TESTE DE TRIAGEM DE MASTITE SUBCLÍNICA EM CAPRINOS

2020 
Introducao: Estudos demonstram que a mastite subclinica e a predominante em rebanhos de pequenos ruminantes, com prevalencia estimada de 5-30%, podendo ser ainda maior, e gerando grandes prejuizos economicos. Objetivo: Avaliar o indice de mastite clinica e subclinica, alem das condicoes de manejo em capril situado em Porto da Folha, Sergipe. Metodologia: Foram avaliadas 22 cabras (Sannen e Parda Alpina), que se encontravam em 30–45 dias de lactacao, sob ordenha do tipo manual e com ausencia da realizacao de pre e pos dipping . As instalacoes eram de chao “batido” e cobertura de telha simples, como sistema de criacao semi-intensivo e as femeas suplementadas com racao balanceada, fornecida no momento da ordenha (2x/dia). O proprietario se queixava de queda progressiva na producao de leite, impossibilitando a fabricacao de queijos, em funcao da baixa quantidade de leite ordenhada atualmente. Foi entao feito o acompanhamento da ordenha, com realizacao do teste da caneca de fundo escuro em todas as 44 metades mamarias, para diagnostico de mastite clinica, e logo em seguida o California Mastitis Test (CMT), para determinacao da mastite subclinica. O resultado deste foi interpretado pela avaliacao do grau de gelatinizacao da mistura de partes iguais de leite e detergente, sendo 1+ (fracamente positivo), 2+ e 3+ (fortemente positivo). Resultados: Foi evidenciado alto indice de mastite no rebanho, estando 27% (6/22) com mastite clinica, 68% (15/22) com mastite subclinica e apenas 1 femea, recentemente adquirida, nao apresentou a patologia. Discussao: A elevada ocorrencia de mastite e esperada neste caso, em funcao da ausencia de manejo higienico-sanitario adequado. Sabe-se que a especie caprina possui forte componente apocrino em sua glândula mamaria, fazendo com que durante a producao e secrecao lactea, sejam liberados alguns corpusculos citoplasmaticos, promovendo aumento significativo na contagem de celulas somaticas, sem necessariamente significar que se trata de mastite. Entretanto, no presente estudo a quantidade de resultados fortemente positivos no CMT, com ambas metades mamarias acometidas, levou a suspeita de que realmente trata-se de mastite subclinica. A realizacao do pre e pos dipping e fundamental, porem nao realizada na propriedade. Ressalte-se tambem a possivel contaminacao pelas maos do ordenhador que, alem de realizar todo o procedimento sozinho, alinhando femeas para a ordenha, contendo e alimentando-as, em nenhum momento realizava a higienizacao das maos. Ainda, nao era estabelecida nenhum tipo de linha de ordenha. Portanto, os resultados fortemente positivos no CMT associados a ausencia de boas praticas de ordenha e limpeza do ambiente, revalida a suspeita de mastite subclinica nestas femeas caprinas. Conclusao: Apesar de amplamente conhecidas no meio cientifico, as boas praticas de ordenha ainda necessitam de ampla divulgacao para o pequeno produtor. Ademais, embora o uso do CMT, enquanto teste diagnostico da mastite subclinica, seja questionavel na especie caprina, acredita-se que quando ha associacao de elevada taxa de resultados fortemente positivos em situacao de baixa ou nenhuma implantacao de boas praticas de ordenha e manejo higienico-sanitario no rebanho, ele e sim um metodo de triagem confiavel.
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