O POLIMORFISMO DO RECEPTOR 2A DA 5-HIDROXITRIPTAMINA (5-HTR2A) E A DEPRESSÃO MAIOR EM UMA AMOSTRA DO VALE DO RIO PARDO, RS, BRASIL.

2011 
O transtorno depressivo maior e uma doenca multifatorial influenciada tanto por fatores geneticos como ambientais, o qual compromete toda a vida do individuo. Este estudo teve por objetivos verificar a presenca ou ausencia da associacao do polimorfismo T102C com o transtorno depressivo maior; investigar algumas caracteristicas sociodemograficas; historico familiar de desordens psiquiatricas e alguns habitos vida da populacao investigada. E um estudo de caso-controle com 84 individuos residentes na regiao do Vale do Rio Pardo, sendo 27 individuos com diagnostico de depressao maior, atendidos pelo Centro de Atendimento Psicossocial de Santa Cruz do Sul e um grupo controle com 57 individuos sem o diagnostico depressivo, coletados aleatoriamente. Foram coletados 5 ml de sangue, sendo a extracao do DNA e a genotipagem realizada no laboratorio de Genetica e Biotecnologia da Unisc. A tecnica de extracao de DNA utilizada foi o Salting Out; (Muller, 1998) e seguiu-se com a reacao de PCR (Polymerase Chain Reaction), onde se utilizou dois primers especificos bem como condicoes de amplificacao tambem especificos para o polimorfismo T102C, sendo o processo de PCR realizado em termociclador, resultando assim um amplicon de 425 pb, o qual foi digerido pela enzima de restricao MSPI e posteriormente submetido a eletroforese vertical em gel poliacrilamida 6% e exposto a luz UV, onde se visualizou os fragmentos de 425 pb, 249 pb e 176 pb. Para analise dos dados foi utilizado a programa BIOESTAT 5.0, as distribuicoes alelicas, genotipicas e outras caracteristicas foram comparadas pelo teste Qui-quadrado (χ2), a associacao com o comportamento depressivo atraves do teste de Odds Ratio com intervalo de confianca de 95%. Para os dados sociodemograficos, houve predominio do sexo feminino (70,4%; 61,4%) e etnia branca (74,1%; 96,5%) tanto para grupo de pacientes como controles respectivamente, mas divergindo em relacao a escolaridade, sendo o ensino fundamental incompleto predominante para pacientes (55,6%) e o ensino superior incompleto para os controles (84,2%). Nao houve diferenca estatistica significativa entre pacientes (62,9%) e controles (47,4%) para o historico familiar de desordem psiquiatrica, sendo a depressao maior a mais frequente entre esses familiares. O habito de fumar prevaleceu no grupo de pacientes (33,4%) que nos controles (5,3%), e tambem para o numero de cigarros consumidos por dia (30,6 pacientes; 4,9 controles). Para pratica de exercicios nao houve diferenca estatistica (controles 88,9%; pacientes 64,9%). Como esperado os pacientes (81,5%) consumiam mais medicamentos de uso continuo que os controles (14%), sendo os mais utilizados os inibidores de recaptacao de serotonina + antidepressivos triciclicos e o estabilizador de humor. Os pacientes apresentaram maior contato com agrotoxicos (37%) em relacao ao grupo de controles (8,8%). Todas as frequencias observadas dos grupos estavam em equilibrio de Hardy-Weinberg, e atraves do teste Odds Ratio nao foi possivel identificar associacao entre o alelo C ou genotipo CC e a depressao maior, sendo este resultado tambem encontrado por Khait et al . (2005). A depressao maior hoje e uma doenca comum, e e a interacao ambiental e genetica que pode levar a expressao desta no individuo. Este estudo e outros sao de fundamental importância para um maior conhecimento sobre essas interacoes e possiveis predisposicoes geneticas para desenvolvimento de doencas.
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