Os oleiros e a gestão da lenha nas cozeduras redutoras: aproximações etnoarqueológicas em Portugal

2017 
Na Europa, o abastecimento em lenha que os oleiros utilizam nos fornos de cozedura redutora medieval e mal conhecido. Com efeito, os dados antracologicos sao escassos e os textos a esse respeito sao muitas das vezes silenciosos. Impoe-se por isso uma abordagem etnoarqueologica, para compreender melhor esta actividade. Uma missao em Portugal, entre 2005 e 2007 teve como objectivo, observar os ultimos oleiros artesanais cozendo a sua cerâmica em atmosfera redutora, como na Idade Media. Os inqueritos orais e as observacoes das cozeduras foram sistematicamente registadas e filmadas. Os dados obtidos completam as observacoes arqueologicas. Dez ou vinte dias antes da cozedura, os oleiros e seus familiares cortam a lenha com a ajuda de instrumentos agricolas de uso quotidiano. Nao foi observado nenhum corte de lenha em particular. E recolhida lenha de pequena dimensao e calibre (<2cm) e nao ramos ou troncos, visto que o oleiro deseja um rapido aumento da temperatura nos fornos, antes do seu encerramento. A gestao da lenha e do fogo durante a cozedura, levam a manter as matas limpas. Pela primeira vez, foi dada atencao a observacao dos elementos imateriais. O resultado mais importante da pesquisa e que deve ser sublinhado, centrou-se na adaptabilidade dos gestos e na variabilidade das praticas do saber-fazer.
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