Saneamento básico e desigualdades de cor/raça em domicílios urbanos com a presença de crianças menores de 5 anos, com foco na população indígena

2019 
Resumo: Objetivou-se analisar a presenca dos servicos de saneamento basico em domicilios com criancas de ate cinco anos de idade, localizados em areas urbanas do Brasil, com foco nos indigenas. Trata-se de um estudo transversal com base na amostra do Censo Demografico de 2010. Calcularam-se as frequencias de domicilios com abastecimento de agua (rede geral), esgotamento sanitario (rede geral ou fossa septica) e coleta de lixo (diretamente ou por cacamba do servico publico de limpeza). Modelos de regressao logistica multipla (RLM) estimaram a associacao entre cor/raca e presenca dos servicos por meio das razoes de chance (RC). Foram consideradas as areas urbanas e regioes metropolitanas do pais, estratificando os resultados por regiao. Utilizou-se nivel de significância de 5%. As menores frequencias foram encontradas para esgotamento sanitario e, em geral, para os indigenas. Nas analises de RLM foram 29 comparacoes (48,3%) em que os domicilios com criancas indigenas, quando comparados as outras categorias de cor/raca, encontram-se em desvantagem, em especial no Sul, onde todas as comparacoes foram negativas para os indigenas. Resultados semelhantes foram encontrados para as regioes metropolitanas. Nesse sentido, os resultados coligidos por este trabalho sugerem a possivel existencia de iniquidades relacionadas a presenca dos servicos de saneamento basico e cor/raca dos individuos, em que os indigenas, em geral, ocupam posicao de desvantagem, particularmente no Sul do pais. Diante da relacao entre saneamento e saude ja estabelecida na literatura, esses resultados podem explicar, em parte, os baixos niveis de saude apresentados por criancas indigenas no Brasil.
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