O AVANÇO DA FRONTEIRA AGRÍCOLA BRASILEIRA E A NOVA (DES)ORDEM NO RURAL MOÇAMBICANO: UMA ANÁLISE A PARTIR DO PROSAVANA

2020 
O presente artigo procura discutir os desdobramentos socio-territoriais do ProSAVANA no Corredor de Nacala. Em termos metodologicos, alem de ser um estudo de carater empirico e qualitativo, de ter sido suportado por uma revisao de literatura, a sua elaboracao contou com a realizacao de entrevistas semi-estruturadas e foram aplicadas a varios atores sociais, entre eles, camponeses locais, ligas camponesas, Campanha Nao ao ProSAVANA, executores do ProSAVANA, academicos e movimentos sociais mocambicanos e brasileiros. Da analise feita, compreende-se que o ProSAVANA e um programa que visa a acumulacao ampliada do capital a escala global a partir do Corredor de Nacala, usando os territorios comunitarios e sua gente no processo de producao de commodities . E tambem uma ameaca ao modo campones de producao que predomina nesta regiao e com ele, a soberania alimentar dos povos locais, e consequentemente, a seguranca alimentar e nutricional. A expropriacao de terras e expulsao dos camponeses dos seus territorios e inevitavel por onde o agronegocio se implanta, por isso, com o ProSAVANA o cenario nao sera tao diferente do que aconteceu no cerrado brasileiro quando foi implementado com o nome de PRODECER. A destruicao da biodiversidade e tambem inevitavel, por isso, considera-se o ProSAVANA como sendo um programa nocivo ao meio ambiente e a sua implementacao efetiva pode trazer desequilibrios ecologicos irreversiveis ao longo do Corredor de Nacala. As lutas e resistencias camponesas e dos movimentos sociais contra implementacao efetiva do ProSAVANA sao legitimas, olhando para o carater perverso do agronegocio por onde se implanta.
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