Interrupção voluntária da gravidez na adolescência num centro hospitalar do grupo I: casuística de quatro anos

2014 
Introducao: Uma gravidez nao planeada na adolescencia tem consequencias a nivel fisico, mas sobretudo aos niveis emocional e social. Apos legalizacao da interrupcao voluntaria da gravidez (IVG), esta passou a ser tambem uma opcao para as gravidas adolescentes. Objectivos: Conhecer a realidade do nosso Hospital sobre IVG na adolescencia. Metodos: Recolha de informacao dos processos clinicos da consulta de gravidez indesejada. Foram incluidas 108 gravidas adolescentes, ate aos 19 anos, que realizaram IVG de Janeiro de 2008 a Dezembro de 2011. Resultados: Nestes 4 anos foram realizadas 868 IVG, 12% em gravidas com idade inferior a 19 anos - valor semelhante a media nacional - , mas 2% tinham menos de 15 anos - valor muito superior aos 0,6% da media nacional. A maioria eram portuguesas e estudantes. Cerca de 11% ja tinham uma IVG anterior. O nao planeamento da gravidez foi a principal razao da IVG (53%), tratando-se de uma primeira gestacao para 76% das adolescentes. No entanto, 17% dos casos correspondiam a uma segunda e 7% a uma terceira gestacao. 38% nao usavam qualquer metodo contraceptivo. Conclusao: O numero de IVG em adolescentes foi semelhante a media nacional, mas a realizacao de IVG em adolescentes ate aos 15 anos foi muito superior ao total nacional. Tendo em conta as graves consequencias psicologicas, sociais, educacionais e economicas de uma IVG na adolescencia, esta nao pode nunca ser encarada como metodo contraceptivo. Parece, pois, importante uma intervencao mais efectiva na educacao sexual dos jovens para a prevencao de uma gravidez indesejada.
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