As diversas faces da morte de crianças na perspectiva de médicos e enfermeiros

2021 
Introducao: Adoecimento e morte de criancas sao eventos pouco aceitos na sociedade. Objetivo: Analisar a percepcao de medicos e enfermeiros de terapia intensiva sobre a morte de criancas. Metodos: Estudo de abordagem qualitativa, com medicos e enfermeiros de tres Unidades de Terapia Intensiva (UTI Pediatrica, UTI Neonatal e UTI Cardiologica) de um hospital de ensino. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas gravadas, transcritas e analisadas segundo analise de conteudo na modalidade tematica. Resultados: Foram entrevistados 14 profissionais, com idade entre 28-53 anos, que possuiam tempo minimo de dois anos de atuacao em terapia intensiva e media de 43 horas semanais de trabalho. Os sentimentos e atitudes diante da morte emergiram da analise das falas e foram categorizados nos seguintes temas: percepcao da morte na infância, obstinacao terapeutica e sofrimento no encontro com as familias. Os profissionais reconheceram lacunas na formacao durante a graduacao e pos-graduacao para lidar com a morte de criancas. Sofrimento, ansiedade, culpa, frustracao e impotencia foram relatados, demonstrando a complexidade que envolve situacoes de morte de crianca. A condicao clinica e a capacidade de interacao da crianca influenciaram nas atitudes e na propria maneira do profissional lidar com a morte. A espiritualidade foi um importante mecanismo de enfrentamento. Conclusao: A morte de criancas em UTI provoca sentimentos ambivalentes em medicos e enfermeiros responsaveis pelo seu cuidado. Os profissionais sofrem pela morte de alguem que ainda nao desfrutou da vida, porem a aceitam quando pensam no fim de uma vida marcada por sofrimentos e limitacoes impostos pela doenca. O contato com o tema morte durante a formacao profissional e nas discussoes regulares dos servicos podem auxiliar na forma de lidar com esse evento. A espiritualidade foi um importante recurso de enfrentamento.
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