Aspectos clínicos, epidemiológicos e terapêuticos da hipocalcemia de vacas leiteiras

No decorrer de 1987 e 1988 acompanhou-se o aparecimento de casos clinicos de hipocalcemia, durante o puerperio, em vacas leiteiras da raca Holandesa ou mesticas Gir-Holando, de uma propriedade do Vale do Paraiba, Estado de Sao Paulo. A incidencia de hipocalcemia foi de 4,25 por cento. Nao se observou influencia do grupo genetico e da epoca do ano (seca ou chuva) no aparecimento da afeccao. Quanto maior a ordem de lactacao maior a incidencia de hipocalcemia, nao ocorrendo a enfermidade em vacas com menos de tres lactacoes. A hipocalcemia foi mais frequente no decorrer do primeiro dia pos-parto, 64,10 por cento, que no segundo 30,80 por cento, e apos, 5,10 por cento. A maioria dos casos, 84,10 por cento, foi detectada em animais que apresentavam o segundo estadio clinico da afeccao (depressao, paralisia flacida etc.), mais do que no terceiro (comatose, depressao da consciencia etc) ou no primeiro (tetanias, hiperexcitabilidade etc) estadios. Todas as vacas acometidas foram tratadas com doses crescentes de calcio injetavel, num maximo de nove gramas, ate a recuperacao do animal. Quanto maior a dose de calcio empregada maior o sucesso acumulado no tratamento. O exame laboratorial do soro sanguineo revelou que vacas com afeccao apresentaram hipocalcemia, hipofosfatemia e hipermagnesemia quando comparadas com vacas parturientes higidas