Vasopressina como terapia de resgate em choque séptico refratário à catecolaminas em pediatria

2014 
Importância: Em 2012, mundialmente, ocorreram mais de 3,8 milhoes de obitos em menores de 5 anos devido a causas infecciosas. A preocupacao maior e que infeccoes em criancas frequentemente podem evoluir para choque septico, definido como infeccao associada com disfuncao cardiovascular. Alem da terapia antibiotica e ressuscitacao volumetrica, o tratamento principal do choque septico e baseado no suporte cardiocirculatorio das catecolaminas. Entretanto, uma parcela dos pacientes desenvolve refratariedade as catecolaminas, apresentando maior gravidade e mortalidade. Recentemente, a vasopressina tem sido utilizada como vasopressor no choque septico refratario a catecolaminas pediatrico. E importante a avaliacao do estado atual de evidencias sobre o uso da vasopressina em choque septico pediatrico, bem como o acrescimo de novas experiencias com o uso da vasopressina como terapia de resgate em choque septico refratario a catecolaminas. Objetivos: A presente dissertacao teve como objetivos i) sumarizar as evidencias existentes relacionando o uso de vasopressina no choque septico pediatrico e ii) relatar a experiencia de uma Unidade de Terapia Intensiva Pediatrica (UTIP) com o uso de vasopressina como terapia de resgate em choque septico refratario a catecolaminas. Metodos: Utilizando a ferramenta de pesquisa MEDLINE, realizou-se uma revisao dos artigos cientificos publicados em lingua inglesa (1966 - Agosto de 2013), que utilizaram a vasopressina como vasopressor e que incluiram pacientes com choque septico na amostra. Em um segundo momento, avaliou-se a experiencia de cinco anos de uma UTIP com o uso de vasopressina como terapia de resgate em criancas com choque septico refratario a catecolaminas (noradrenalina ≥ 1μg/kg/min associada com doses variaveis de outros inotropicos/vasopressores). Atraves do teste t de Student pareado, comparou-se as medias das pressoes arteriais e escores vasoativos modificados no periodo de duas horas antes (T-2) do uso da vasopressina com as medias do periodo de 10 horas com o uso (T10) da vasopressina. Resultados: Na revisao de literatura, encontrou-se 16 relatos/series de casos e um ensaio clinico randomizado, somando um total de 259 pacientes. Destes, 35,5% tinham choque septico. Em todos os estudos a vasopressina associou-se com o aumento dos niveis de pressao arterial. Alem disso, na maioria, associou-se com reducao da dose de outros vasopressores. O unico beneficio encontrado no ensaio clinico foi aumento da pressao arterial media na primeira hora de uso da vasopressina. A avaliacao da experiencia do uso de vasopressina como terapia de resgate em choque septico refratario resultou em 16 pacientes, com uma dose inicial de vasopressina de 0,00055 U/kg/min ([AIQ] 0,00024-0,00168). As pressoes arteriais medias e as pressoes arteriais diastolicas aumentaram com o uso da vasopressina (p=0,0267; p=0,0194, respectivamente). Observou-se ainda aumento dos escores vasoativos modificados, nao relacionado com as alteracoes na pressao arterial dos pacientes. Conclusoes: Ate o momento, as evidencias do uso de vasopressina em choque septico pediatrico sao escassas e sugerem seu uso cauteloso como terapia de resgate em choque resistente a catecolaminas com baixa resistencia vascular sistemica e alto indice cardiaco. Especificamente na UTIP estudada, a vasopressina aumentou as pressoes arteriais, porem sem um efeito poupador de catecolaminas
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