Dimensões de um modelo sustentável de formação de professores de educação infantil: em busca de possibilidades

2019 
Desde a LDB, Lei 9394/96, a formacao inicial de professores de educacao infantil no Brasil tem seu lugar reconhecido no ensino superior. Recentemente, as novas Diretrizes Curriculares para o Curso de Pedagogia, Resolucao CNE/CP no 1/2006, bem como a Resolucao no 2/2015 foram importantes por provocar uma reestruturacao nos cursos de Pedagogia a fim de incluir disciplinas mais especificas sobre o trabalho pedagogico com criancas e um estagio obrigatorio na area. Estes dispositivos legais tornaram a docencia em educacao infantil como uma das areas dos cursos de Pedagogia brasileiros, que tambem abrangem a formacao para a gestao educacional, anos iniciais do ensino fundamental, educacao de jovens e adultos e outras areas que necessitem conhecimentos pedagogicos (BRASIL, 2006). Autores como Cavalcante e Haddad (2014) e Albuquerque (2013) tem observado que apesar dos avancos, a formacao de professores de educacao infantil no Brasil ainda nao superou dificuldades no desenvolvimento da profissionalidade especifica na area. Esta requer um continuo de experiencias entre a universidade e a profissao. Nesse sentido, esta pesquisa de carater qualitativo foi impulsionada pelo questionamento: Quais as dimensoes que caracterizam um modelo sustentavel de formacao de professores de educacao infantil? Pensamos num modelo sustentavel como aquele no qual as relacoes entre os contextos da universidade e da profissao se retroalimentam, potencializando tanto a formacao inicial dos estudantes como a qualidade do trabalho em creches e pre-escolas. Nesse sentido, escolhemos realizar um estudo de caso na Universidade de Evora, Portugal, em virtude de que, naquela universidade, ha formacao inicial de professores de educacao infantil, envolvendo uma Licenciatura em Educacao Basica – LEB e um Mestrado em Educacao Pre-Escolar, bem como relacoes de cooperacao formalmente estabelecidas com educadores de infância, creches e pre-escolas. Utilizamos estrategias de observacao, entrevistas (7 com estudantes, 2 docentes da universidade e 1 educadora cooperante) e analise documental. A pesquisa levou-nos ao entendimento de que: 1. a ressignificacao da universidade como espaco de formacao de educadores de infância, 2. o modo como o estagio e as relacoes de supervisao se dao, 3. a qualidade da relacao com instituicoes e educadores cooperantes, 4. a visibilidade da crianca na formacao das futuras educadoras e 5. a valorizacao da autonomia das estudantes por meio de instrumentos de observacao, apoio a pratica e avaliacao sao aspectos muito significativos no desenvolvimento de uma relacao cooperada e proficua entre universidade e contextos da profissao de maneira a contribuir para um modelo sustentavel de formacao docente em educacao infantil.
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