África e relações internacionais: o Imperialismo como fator determinante na inserção do continente no sistema mundial

2011 
A pesquisa, em fase inicial de execucao, busca entender alguns fenomenos historicos e sociais do continente africano, recortando o periodo do imperialismo como central. Realizada por meio de pesquisa bibliografica e documental, a pesquisa – a partir da analise das estruturas sociais, politicas e economicas pre-existentes a imposicao imperialista no seculo XIX – busca identificar as consequencias da presenca europeia na Africa, seja da perspectiva das relacoes de poder, dos modos de producao ou mesmo das concepcoes sobre a nocao de fronteira e limites. Partindo de uma analise sistemica destas transformacoes, torna-se claro que a difusao do liberalismo garantiu o fortalecimento da burguesia e plena expansao do capitalismo centrado na Europa, com o aumento da producao, ampliacao do comercio e reorganizacao economica do mercado mundial: a segunda Revolucao Industrial gerou em si condicoes necessarias para a insercao de novos mercados na economia-mundo, caracterizada pelas relacoes de desigualdade entre centro e periferia do sistema (HOBSON apud VISENTINI, 2010), uma divisao internacional do trabalho. A substituicao da livre concorrencia pelos monopolios capitalistas efetivou a transicao do capitalismo para um regime superior (LENIN apud VISENTINI, 2010), identificado como o Imperialismo. Outro ponto relevante para se entender tal evento e suas consequencias na Africa refere-se ao fator ideologico, pois a teoria do Darwinismo Social legitimou o uso do argumento de uma “Missao Civilizatoria” que, caso nao tivesse os resultados esperados, seria substituida pela Diplomacia do canhao e do fuzil. Ao redesenhar as fronteiras do continente, o Imperialismo dividiu etnias, culturas e territorios, acirrando conflitos e tensoes. Analisadas as dimensoes das rupturas economicas e sociais que o mesmo engendrou na identidade e cultura africanas, chegou-se a conclusao parcial que a transformacao, por meios coercitivos, dos tradicionais modos de producao aqueles fundamentados na logica capitalista e a constatacao de um choque de identidades, o Imperialismo deve ser identificado como o fator de transformacao social prioritario na historia africana, cujos reflexos foram fundamentais para a formacao (e crise) dos Estados africanos independentes no seculo XX e na sua consequente insercao no sistema mundial, ainda debil e dependente (CHABAL, 1994; BOAHEN, 2010). Por se tratar de um tema especifico estudado no âmbito do GT “Africa: politica, historia e fronteiras” do Grupo de Pesquisa Integracao e conflito nas regioes de fronteira, a presente pesquisa e um breve recorte de um trabalho mais amplo, ainda em andamento.
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