Efeito in vitro do ácido úrico sobre a frutosamina e HbA1c e impacto de diferentes condições de armazenamento sobre a frutosamina sérica

2020 
Os ensaios laboratoriais sofrem influencia de fatores, que podem originar erros na dosagem dos analitos. Entre os principais estao a interferencia de substâncias diversas, como o acido urico, e o armazenamento inadequado das amostras. Considerando que a hiperuricemia e um dos achados relacionados ao diabetes mellitus, investigar a associacao entre o acido urico e biomarcadores como a frutosamina e a HbA1c e de grande importância, uma vez que esses ensaios sao utilizados para monitorar a glicemia nesses individuos. Alem disso, existem escassas referencias sobre a interferencia do acido urico sobre estes biomarcadores, bem como informacoes restritas acerca da estabilidade da frutosamina em diferentes condicoes de armazenamento. Logo, este estudo teve como objetivo investigar o efeito in vitro do acido urico sobre a frutosamina e a HbA1c, alem de avaliar o impacto de diferentes condicoes de armazenamento e de consecutivos ciclos de congelamento/descongelamento sobre a frutosamina. A interferencia do acido urico foi avaliada em pools de amostras de soro ou sangue, apos a adicao de uma solucao de acido urico 3,0 mmol/L (50,4 mg/dL), obtendo-se concentracao final de 0,55 mmol/L (9,2 mg/dL). A frutosamina foi medida pelo metodo colorimetrico baseado na reducao do azul de nitrotetrazolio, por meio do analisador automatizado BS 380® (Mindray). A HbA1c foi medida usando metodo cromatografico, atraves do analisador D10® (Bio-Rad). Para investigar a estabilidade da frutosamina, as amostras de soro foram armazenadas a 4° C, -20° C e -80° C por ate 28 dias, sendo analisadas nos dias 1, 7, 14, 21 e 28. Ja o efeito do stress termico causado pelo congelamento e descongelamento das amostras foi avaliado apos o armazenamento das amostras a -20° C ou - 80° C. Cada amostra foi submetida a tres ciclos que ocorreram em um unico dia, sendo as determinacoes de frutosamina realizadas apos cada ciclo. A adicao de acido urico promoveu um aumento de 8,3% na frutosamina, enquanto o HbA1c nao se alterou. Alem disso, o armazenamento das amostras a 4° C, -20° C e -80° C, por ate 4 semanas, impactou de forma significativa na concentracao de frutosamina (P < 0,001). Alteracoes significativas sobre os niveis de frutosamina, tambem foram observados apos os sucessivos ciclos de congelamento/descongelamento das amostras a -20° C e -80° C (P < 0,01). Desse modo, elevadas concentracoes de acido urico provocaram um aumento nas concentracoes de frutosamina, o que nao foi observado na HbA1c. Ademais, o armazenamento do soro em diferentes temperaturas e condicoes alterou significativamente as concentracoes de frutosamina.
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