Decomposição térmica do ácido oleico na presença de sais de ferro para obtenção de biocombustíveis e outros produtos de interesse industrial

Neste trabalho, a decomposicao de acido oleico (AO) na presenca de sais de ferro foi investigada com o objetivo de produzir biocombustiveis e outros produtos de interesse industrial. Para tal, precursores a base de ferro e acido oleico foram preparados e decompostos termicamente a 550°C por 1 hora em atmosfera inerte de argonio.No capitulo 3 e apresentada a preparacao dos precursores baseados em nitrato de ferro (III) como fonte para o metal, nas proporcoes molares de 1:1 e 1:3 Fe:AO. Ao final da decomposicao termica, foram obtidos produtos liquidos (51%m/m) compostos de nitrilas graxas, com seletividade de ate 80% para o precursor FN:3AO, e cetonas. Os produtos solidos formados mostraram que durante o processo de decomposicao termica houve reducao do metal (Fe3+ para Fe2+) e formacao de oxidos, principalmente magnetita, alem de materiais carbonaceos. Ja os produtos gasosos foram formados por uma mistura de combustiveis, H2 (65-73%) e hidrocarbonetos leves C1-C4 (22-31%). No capitulo 4, em que cloreto de ferro(III) foi utilizado na preparacao do precursor, novamente o efeito do ânion foi observado. Neste caso, cloretos de acila foram obtidos, com conversao total do AO quando a proporcao Fe:0,5AO foi utilizada. Os produtos solidos apresentaram formacao de FeCl2 e materiais carbonaceos. Os produtos gasosos observados foram H2 (42-56%) e hidrocarbonetos leves C1-C4 (42-58%). O capitulo 5 foi dedicado a decomposicao termica do oleato de ferro(III), utilizado como molecula modelo, sem a influencia de ânions. Apos a conversao completa do acido graxo de partida, cetonas graxas foram obtidas na fracao liquida dos produtos, que podem ser utilizadas como precursoras para biocombustiveis. Os produtos solidos e gasosos foram similares aqueles obtidos na decomposicao dos outros precursores. Testes preliminares utilizando rejeito da mineracao de ferro tambem foram realizados na presenca de AO, e mostraram que, sob pressao de Ar (10 bar) e 350°C, conversao total do acido oleico pode ser obtida para producao de cetonas.