ANÁLISE DA DINÂMICA PRAIAL APÓS A DEPOSIÇÃO DE LAMA EM 2014 NA PRAIA DO CASSINO (RS, BRASIL) UTILIZANDO AERONAVE REMOTAMENTE PILOTADA

2020 
Nos ultimos anos a praia defrontante ao balneario Cassino, Rio Grande, RS, vem sendo palco de eventos de deposicao de lama. O evento de deposicao de lama na praia analisado neste trabalho iniciou em abril de 2014 e perdurou ate o final de 2016. O objetivo do presente estudo foi avaliar as alteracoes na dinâmica da praia, associada a esse evento de deposicao de lama, sobretudo as alteracoes decorrentes da acao das ondas, que possibilitaram uma regeneracao da praia em 2016. Foram realizados 12 levantamentos aerofotogrametricos usando um drone DJI® Phantom 3 Professional entre junho de 2016 e novembro de 2017 na porcao central do balneario Cassino. As fotografias obliquas possibilitaram uma visao mais ampla da praia. Ja as fotografias verticais cobriram um pequeno segmento de 368 m de linha de costa. Nesta porcao foram digitalizados o limite praia duna frontal, a linha d´agua e dunas formadas proxima a face da praia apos a deposicao de lama. Dados medidos por dois ondografos direcionais foram utilizados para caracterizar a acao das ondas entre maio e dezembro de 2016. As primeiras imagens adquiridas em maio de 2016 demonstram a praia com influencia dos depositos de lama fluida, tendo este deposito uma extensao de cerca de 7 km. Neste periodo, podemos destacar uma praia subaerea mais larga e a ausencia da zona de surfe, com pequenas dunas sobre o pos-praia, proximas da face da praia, dado o longo periodo sem ondas no segmento, consideradas neste trabalho como dunas anomalas. Desde o inicio do monitoramento, observou-se que o avanco das ondas sobre o deposito de lama era evidente, visto que o mesmo nao estava sendo reposto. Apos a acao das ondas durante o ano de 2016 o banco de lama se deslocou sobre o pos-praia e as ondas passaram a atingir a costa novamente, passando sobre o bolsao de lama. A partir disso a energia das ondas passou a ser mais atuante na praia subaerea, regenerando a mesma. A fotografia de 29 de outubro demonstra uma praia praticamente recuperada do deposito de lama, com praia arenosa e larga zona de surfe. No trecho coberto por imagens verticais, houve reducao progressiva na area das dunas anomalas, situadas sobre o pos-praia, desde 1705 m 2 em maio de 2016, 1685 m² em junho, 654 m² em agosto e apenas 190 m 2 em setembro. As fotografias obtidas em datas posteriores ao ciclone de 27 de outubro mostram que as dunas vegetadas formadas no pos-praia desapareceram na maior parte da praia. Em 2017, as imagens demonstram uma praia arenosa dominada por ondas, condicao comumente identificada, demonstrando um processo de resiliencia no local.
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