Disfunção temporomandibular em mulheres climatéricas: sensibilidade dolorosa, risco oferecido pela massa óssea sistêmica e diagnóstico feito pelo RDC/TMD comparado à ressonância magnética (3,0 Tesla)

2011 
O aumento da expectativa de vida tem despertado o interesse de pesquisas, com o intuito de proporcionar um envelhecimento saudavel e de qualidade. Segundo dados do ultimo censo realizado pelo IBGE em 2010, a populacao brasileira e composta por 97.342.162 mulheres, das quais se estima que cerca de 30 milhoes estejam entre os 40 e 65 anos de idade, periodo que inclui o climaterio. Portanto, condicoes clinicas como a osteoporose se tornam relevantes, tanto sob o ponto de vista de politica de saude publica, quanto em relacao ao aspecto social, por comprometer a qualidade de vida. As mulheres tambem sofrem mais por disfuncao temporomandibular (DTM) do que os homens, sendo que o inicio desse quadro se da a partir da puberdade, com picos durante o periodo reprodutivo e remissao apos a menopausa. O envolvimento dos hormonios sexuais femininos na osteoporose ja esta bem definido, porem sua participacao na DTM ainda e motivo de controversias. Assim, esse trabalho se propos a investigar o papel da massa ossea sistemica de mulheres climatericas como fator de risco para DTM articular, bem como o comportamento da dor por DTM nos periodos da transicao para menopausa (entre 48 e 55 anos), pos-menopausa (de 56 a 65 anos) e senescencia (de 65 a 70 anos). Para tanto, 100 mulheres atendidas pelo Setor de Climaterio da Divisao de Ginecologia do HC FMUSP foram avaliadas clinicamente pelo Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders (RDC/TMD), visando obter os diagnosticos e suas associacoes, bem como quantificar o grau de sensibilidade dolorosa por DTM, por meio do pandice Craniomandibular (ICM), ambos aplicados por uma unica examinadora. (AU) As densitometrias osseas forneceram os dados sobre a massa ossea do colo do femur e da coluna lombar (L1-L4). O desempenho do RDC/TMD como teste diagnostico tambem foi alvo de analise, considerando a ressonância magnetica de 3,0 Tesla como padrao de referencia, ao submeter 30 mulheres, das 100 avaliadas, a esse exame de imagem. Apos analise dos resultados, constatou-se que o risco oferecido pela osteopenia foi de 1,33 (IC95% 1,20 1,46), com aumento nesse risco de 0,33, enquanto a osteoporose demonstrou risco de 1,39 (IC95% 1,23 1,55), aumentado em 0,39. Houve predominância de diagnosticos articulares (68,0%), enquanto 18,0% foi de diagnosticos musculares e 14,0% correspondeu a ausencia de condicoes clinicamente diagnosticaveis, segundo o RDC/TMD. O desempenho do RDC/TMD para diagnosticar a DTM articular revelou acuracia de 68,0%, sensibilidade de 83,0%, especificidade de 53,0%, probabilidade pre-teste de 52,0%, valor preditivo positivo de 60,0% e negativo de 74,0%, razao de verossimilhanca positiva de 1,77 e negativa de 0,32. Quanto a sensibilidade dolorosa por DTM, constatou-se que, com o avancar da idade houve clara tendencia a sua diminuicao (A=-4,5; p=0,0324). Concluiuse, entao, que a diminuicao dos hormonios sexuais femininos, peculiar ao envelhecimento, aumenta o risco a DTM articular, embora a dor por essa disfuncao diminua com a idade. O RDC/TMD pode ser empregado para rastreamento de grandes populacoes, mas sua indicacao na pratica clinica deve ser feita com cautela. (AU) Increased life expectancy has attracted research attention, interested in provide a quality and healthy aging. According to the latest census conducted in 2010 by IBGE, Brazilian population consists of 97,342,162 women, whom estimates 30 million are between 40 and 65 years old, a period that includes the climacteric. Therefore, clinical conditions such as osteoporosis becomes significant, either from public health policy standpoint or in relation to the social aspect, by compromising life quality. Women also suffer more from temporomandibular disorders (TMD) than men, and the beginning of this situation occurs after puberty, with peaks during the reproductive and remission periods after menopause. Female sex hormones involvement in osteoporosis is well established, but their participation in the TMD is still controversial. Thus, this study aims to investigate the role of systemic bone mass in menopausal women as a risk factor for articular TMD, as well as the TMD pain behavior during menopause transition periods (48 to 55 years), postmenopausal (56-65 years) and senescence (65-70 years). Therefore, 100 women attended by the HC - FMUSP Gynecology Division, Climacteric Sector, were clinically evaluated by the Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders (RDC/TMD), used to obtain diagnoses and their associations, as well as to quantify the TMD pain sensitivity degree through the Craniomandibular Index (CMI), both applied by a single examiner. The bone densitometry provided bone mass data of femoral neck and lumbar spine (L1-L4). (AU)
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