Novos saberes, sentidos e significados, por meio de práticas geradas por indivíduos em relação New knowledge, senses and meanings by means of practices generated by interrelated individuals Nuevos saberes, sentidos y significados, por medio de prácticas producidas por individuos en relación

2011 
2Ao nos acercarmos do texto de Tullio Seppilli, um autor, a nosso ver, classico da antropologia medica, a primeira atitude e de respeito. Sabemos que nao encontraremos deslizes e que se trata de um autor com experiencia teorica – e de campo – cujas bases se assentam nos classicos da disciplina. Seppilli inova teoricamente, entretanto, ao trazer, para o campo de reflexao da antropologia social, o pensamento politico de Gramsci, com duas de suas categorias centrais, isto e, hegemonia e coercao, necessarias – embora raramente utilizadas – para se entenderem processos de mudanca na historia da cultura humana. Neste trabalho, o autor nos traz, alem desta questao, digna de acolhimento e aprofundamento posterior, a questao central das ciencias humanas em relacao a vida, ou das relacoes entre elas e as ciencias da vida, presente no pensamento social desde o fim do seculo XIX e nao resolvida ate o momento, a nosso ver. Em outras palavras, como explicar diferenciacoes individuais e culturais sem levar em consideracao os condicionamentos humanos vitais (biologicos, seguindo aqui Seppilli) e sem considerar que eles se dao (sempre se deram, desde as origens da historia) em contexto social, isto e, em redes de relacoes interindividuais, que definem o perfil especifico dos seres que denominamos humanos? Esta questao e fundante das ciencias sociais, especialmente quando postas diante das ciencias da vida, sobretudo da biologia, presentemente, das biociencias. Entretanto, outra questao que esta nos fundamentos das ciencias humanas e justamente a inexplicavel – ou, ate hoje, insuficientemente explicada – e irredutivel diversidade individual dos seres humanos entre si, em fase das determinacoes biologicas, como das sociais, isto e, classes, racas, etnias, generos e tantas categorias quantas tem sido designadas para enquadrar socialmente a especie humana. Com efeito, a individualidade humana e irredutivel, a nosso ver, tanto ao determinismo biologico quanto ao social. A questao nao se resume, portanto, a dicotomia biologica versus social, discutida por nosso autor no presente texto, mas a uma “tri-cotomia”. Designando-a em termos adjetivos, sao as tres irredutiveis dimensoes humanas: biologica, psicoemocional e social. O setor discursivo das ciencias humanas que se ocupa das questoes individuais do sujeito humano esta nas disciplinas “psi” (psicanalise e psicologia, com todas as suas correntes, controversias, acordos e desacordos). A densidade factual e teorica 1
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