ESTUDO DE TOXICIDADE DA ADMINISTRAÇÃO AGUDA DA FRAÇÃO BRUTA DAS FOLHAS DE CELTIS IGUANAEA EM ROEDORES
2014
Pertencente a familia Ulmaceae, Celtis iguanaea e uma planta conhecida popularmente como esporao-de-galo. Pela populacao e usada terapeuticamente para dores no corpo e no peito, reumatismo, asma, colica, ma digestao e como diuretico. O uso de plantas medicinais para o tratamento de doencas e uma pratica popular muito comum, porem ocorre com pouco conhecimento sobre seus efeitos farmacologicos e toxicos. Assim, sao importantes estudos para confirmar a seguranca dessas substâncias. Por isso, o objetivo deste trabalho foi avaliar a toxicidade renal e hepatica, atraves de parâmetros bioquimicos, da fracao bruta das folhas de C. iguanaea frente a administracao aguda em ratos Wistar. A coleta das folhas de C. iguanaea foi realizada no municipio de Jaboticaba, RS. Realizou-se uma infusao com as folhas e o extrato aquoso resultante foi liofilizado para obtencao do po. Foram utilizados ratos adultos Wistar obtidos do Bioterio Central da Universidade Federal de Santa Maria e o presente projeto foi aprovado pelo Comite de Etica e Bem Estar Animal da UFSM, no 103/2013. Este estudo de toxicidade aguda foi desenvolvido seguindo as orientacoes da OECD 423. Os animais receberam por gavagem uma unica dose de 2000 mg/kg de C. iguanaea, dissolvida em agua destilada. O grupo controle foi tratado com agua destilada (10 mL/kg). Apos 14 dias, os animais foram submetidos a um jejum de 8 horas, anestesiados e amostras de sangue foram coletadas por puncao cardiaca. Apos centrifugacao, o soro foi utilizado para analisar os seguintes parâmetros bioquimicos: colesterol total (COL), niveis de ureia (URE), creatinina (CRE), atividades da aspartato aminotransferase (AST) e alanina aminotransferase (ALT), por meio de kits comerciais (Bioclin Laboratorial Kits - Brasil). Como parâmetro de toxicidade, foi analisada a atividade da enzima acido delta-aminolevulinico desidratase (δ-ALA-D) por mensuracao do produto porfobilinogenio nos tecidos renal e hepatico. A analise estatistica foi realizada por ANOVA de uma via, seguida por Tukey como teste post-hoc. Valores de p < 0,05 foram considerados como significantes. Em comparacao com o grupo controle, o nivel de ureia mostrou-se elevado no grupo tratado com a planta. A ureia e um marcador de disfuncao renal e, sendo assim, a planta testada tem caracteristica de causar danos a esse sistema. Ja em relacao a creatinina, nao houve diferenca entre os grupos. Os animais tratados apresentaram uma diminuicao da ALT, mostrando um possivel efeito hepatoprotetor da planta, visto que as elevacoes de ALT e AST sao significativas de lesao hepatica. Os niveis de AST e COL nao apresentaram diferencas significativas entre os grupos. Quando mensurada a atividade da enzima δ-ALA-D no tecido hepatico e renal, os resultados nao apresentaram diferenca significativa entre o grupo controle e o tratado com o extrato bruto das folhas de C. iguanaea. Assim, quando a C. iguanaea e administrada em dose unica, sugere-se que a planta apresenta um efeito hepatoprotetor e acredita-se que os rins sao os orgaos-alvo de toxicidade desta planta. Porem, mais estudos sao necessarios para comprovar os riscos de toxicidade do uso dessa planta e avaliar seus beneficios farmacologicos.
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