ANÁLISE DAS NOTIFICAÇÕES DE INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS ENTRE IDOSOS NO BRASIL NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS

2020 
Introducao: Nas ultimas decadas, com o envelhecimento da populacao brasileira, houve aumento da notificacao de casos de Infeccoes Sexualmente Transmissiveis (ISTs) entre idosos (idade maior ou igual a 60 anos). Soma-se a esse cenario a permanencia de desinformacao sobre a realizacao de praticas sexuais que diminuam o risco de contrair alguma IST, bem como dos riscos de tais agravos, dado o tabu frente a tematica sexualidade em idosos, cooperando para o aumento das notificacoes por ISTs neste grupo populacional. Objetivo: analisar os coeficientes de incidencia de algumas das principais ISTs entre os idosos no Brasil, nos ultimos cinco anos. Material e Metodos: Estudo quantitativo, conduzido por dados secundarios, alocados no Sistema de Informacao de Agravos de Notificacao (SINAN) e nos Boletins Epidemiologicos emitidos pela Secretaria de Vigilância em Saude. Foram coletados dados referentes a notificacoes por hepatites virais, infeccao por HIV e sifilis dentre idosos nos anos de 2014 a 2018, utilizando-se as bases de dados existentes para cada enfermidade. Os coeficientes de incidencia anuais foram calculados dividindo-se o quantitativo de notificacoes pela populacao de idosos no Brasil. Resultados: Em relacao as hepatites virais, houve elevacao da incidencia no periodo de 2014 a 2016 (incremento de 18,7%). Em contrapartida, tal coeficiente decresceu a mesma proporcao (18,7%) entre 2017 e 2018. Para a infeccao pelo HIV, o coeficiente de incidencia seguiu constante ao longo dos cinco ultimos anos, embora com discreta reducao, atingindo minimo de 7,3 casos em 2018 e maximo de 7,7 casos em 2014, a cada 100.000 habitantes, respectivamente. Por fim, quanto as notificacoes de sifilis, em 2014, os casos notificados somavam 10266, saltando para 29224 em 2018 (aumento de 184,7%). A incidencia exibiu adicao de 150,2%, sendo 20,5 casos em 2014 e 51,3 casos em 2018, a cada 100.000 habitantes, respectivamente. Conclusoes: Dentre as ISTs avaliadas, todas expuseram, em algum momento, acrescimo no numero de casos entre idosos nos ultimos cinco anos. Destaca-se o aumento exponencial das notificacoes de sifilis decorrer da vigencia de uma epidemia no pais, iniciada ha alguns anos. A constância da incidencia de novas infeccoes pelo HIV reitera o controle da epidemia no Brasil, por meio de esforcos do Sistema Unico de Saude em ofertar profilaxia, testes diagnosticos e manejo adequado da condicao. Todavia, ha de se ressaltar o discurso do Executivo nacional nos ultimos meses, o qual propoe reducao dos investimentos na pasta, colocando em risco tais conquistas. Ademais, os resultados ressaltam a persistencia das ISTs como problematica na saude publica brasileira, indicando necessidade de se abandonar o estigma da sexualidade entre idosos e investir em projetos de educacao em saude que viabilizem a aquisicao de conhecimentos acerca de praticas sexuais que os tornem menos vulneraveis e expostos a tais complicacoes.
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