A criança na fronteira amazônica: o viver no fio da navalha e o imaginário da infância

2016 
Este estudo assume o proposito de averiguar a forma pela qual ocorre o processo de construcao do pensamento sobre a infância/crianca na fronteira amazonica, dando primazia a expressao da crianca sobre seu mundo infantil, seu modo de ser e estar no mundo dentro do espaco fronteirico entre Tabatinga/Brasil e Leticia/Colombia. Busca-se compreender a crianca como um sujeito de acao e as infâncias como um fenomeno socialmente construido, dando enfase as diferencas que se estabelecem conforme o contexto socio-historico, politico, economico e cultural. As discussoes metodologica e teorica travadas na Sociologia da Infância em dialogo com o campo da interdisciplinaridade, sugerida por Edgar Morin, chamam a atencao para o fato de que a crianca do Trapezio Amazonico e um constructo social que ecoa de dentro da fronteira influenciada pelos processos socioculturais de forma hibridizada, marcada por valores singularizantes. O locus da pesquisa de campo concentrou-se na comunidade Santa Rosa, pertencente a Tabatinga no Amazonas, localizada em linha de fronteira seca com Leticia. Dentre os multiplos aspectos constatados, os resultados revelam que a crianca e as infâncias na fronteira amazonica assumem aspectos diferenciados e revelam uma Amazonia-Crianca pela percepcao da propria crianca. Fala-se de infâncias no plural, pela diversidade sociocultural que caracteriza a realidade investigada marcada pelo envolvimento das criancas como corpos de trabalho neste contexto de regiao fronteirica em virtude da condicao de pobreza a qual sao submetidas, assomadas as transgressoes que elas “lancam mao” para viver suas infâncias. Deve-se reconhecer, por final, que as criancas da fronteira amazonica sao sujeitos de acao, pelo devir-crianca no tempo presente vao desenhando suas infâncias e participam ativamente em seus grupos sociais transformando os espacos sociais de exclusao, ocio e caos em espacos reais para viver suas infâncias pelo brincar, em sua condicao de crianca, de prazer e diversao criando suas proprias formas de insercao e participacao social.
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