A afirmação da finitude como possibilidade para a responsabilização do desejo: notas a partir de Heidegger e Lacan

2019 
O proposito deste artigo e o de evidenciar de que forma a afirmacao de ser ser-para-a-morte de Heidegger pode ser entendido como condicao de possibilidade para a responsabilizacao do desejo conforme formulado pela psicanalise lacaniana. Primeiro, descreve-se a estrutura do Dasein heideggeriano, bem como seus existenciais. Em seguida, analisa-se o uso e o sentido da nocao de desejo em Lacan.  Tanto numa existencia autentica, quanto num final de analise, onde o sujeito sabe lidar com suas perdas, diante da angustia, ele assume um papel de protagonista de sua existencia e consegue se responsabilizar pelo seu desejo. A analise, nesse sentido, serve como uma ferramenta que possibilita o sujeito lidar com este sofrimento decorrente da falta, deste nada que falou Heidegger. Evidentemente que a analise nao objetiva eliminar esta falta ontologica, mas tao somente desconstruir os fantasmas que o sujeito construiu para afastar o que lhe e mais proprio, constitutivo de sua estrutura ontologica, qual seja, sua finitude. Portanto, tanto para Heidegger, por meio da afirmacao da angustia frente a morte, quanto para Lacan, onde o sujeito assumiu a tragedia de sua existencia – no final de analise –, e a afirmacao da finitude que possibilita a responsabilizacao do desejo, de ser autentico ou, se preferir, sujeito.
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