Complicações microvasculares no diabetes tipo 1: uma análise comparativa entre pacientes tratados com transplante autólogo não mieloablativo de células-tronco hematopoiéticas versus pacientes tratados com insulinoterapia convencional em cenário de mundo real

2017 
O diabetes mellitus tipo 1 (DM1) e uma doenca cronica em que o uso de insulina exogena permance como a unica modalidade terapeutica bem reconhecida. Inumeros estudos demonstram que, independente do desenvolvimento de novas insulinas, da aplicacao em bomba de insulina ou sob esquema basal-bolus, o ajuste glicemico no diabetes permanece um desafio, e apenas uma minoria dos pacientes mantem-se nos alvos desejados. Este mau controle esta associado ao desenvolvimento de complicacoes microvasculares. Por outro lado, o transplante autologo nao mieloablativo de celulas hematopoieticas (TMO) tem sido proposto como forma de preservar a funcao das celulas beta e melhorar o controle glicemico em portadores de DM1, levando a uma possivel reducao na prevalencia de complicacoes microvasculares associadas a doenca. Porem, ate o momento nao havia dados de comparacao disponiveis na literatura em relacao a insulinoterapia convencional. O objetivo desse estudo foi comparar o impacto da terapia com transplante autologo nao mieloablativo de celulas hematopoieticas em pacientes com DM1 em relacao as complicacoes microvasculares, a preservacao da funcao residual das celulas B a longo prazo e ao controle glicemico atraves da comparacao com pacientes tratados com insulinoterapia convencional no cenario de mundo real. Foi um estudo transversal em que os dados dos pacientes tratados com TMO foram comparados aos de pacientes que receberam terapia convencional provenientes do BrazDiab1, o maior estudo observacional multicentrico realizados em portadores de DM1 no Brasil. A mediana de duracao do diabetes foi de aproximadamente 8 anos em ambos os grupos. Foi comparada a presenca de complicacoes microvasculares, a funcao residual de celulas β atraves da dose de insulina ajustada para HbA1C (IDAA1C), o controle metabolico atraves da HbA1c e as doses de insulina dos pacientes. Apos aproximadamente 8 anos de diagnostico, os pacientes tratados com TMO (n = 24) nao apresentaram nenhum caso de complicacao microvascular, enquanto que 21,5% (31/144) dos pacientes no grupo de terapia convencional apresentou pelo menos uma (p 300 mmol/L) foi aproximadamente dez vezes maior no grupo TMO em comparacao ao grupo convencional (75% vs 8,3%) (p <0,001). Entre os pacientes do grupo TMO, 54,1% (13/24) apresentaram HbA1c <7,0 em comparacao a apenas 13,1% no grupo convencional (p <0,001). Assim, apos 8 anos de diagnostico, os pacientes com DM1 recem diagnosticado submetidos a terapia com TMO apresentaram menor prevalencia de complicacoes microvasculares, maior funcao residual de celulas B e melhor controle glicemico comparado ao grupo BrazDiab1 tratado com terapia convencional. Esses achados sugerem o TMO como possivel modalidade terapeutica no DM1.
    • Correction
    • Source
    • Cite
    • Save
    • Machine Reading By IdeaReader
    0
    References
    0
    Citations
    NaN
    KQI
    []